Policiais federais lotados em regiões inóspitas e de fronteira irão realizar nesta quinta-feira, dia 24, uma operação padrão com o objetivo de protestar contra as precárias condições de trabalho dos servidores que atuam nessas localidades. No mesmo dia, haverá uma manifestação em frente ao Ministério da Justiça, em Brasília. Entre as reivindicações dos policiais federais estarão a realização de concursos para o reforço do efetivo nas regiões de fronteira e a implantação da indenização para os servidores lotados em localidades consideradas de difícil provimento.
De acordo com o diretor de Estratégia Sindical da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Paulo Paes, a operação consistirá no deslocamento para os postos de fronteira de todo o país de policiais das delegacias das respectivas regiões, para que a fiscalização seja feita adequadamente. "Faremos todo um controle de fronteira que não é feito habitualmente por falta de efetivo e, principalmente, de vontade política", disse Paes.
Concursados irão para as fronteiras
Para reforçar o efetivo nas unidades localizadas em regiões de fronteira, a Polícia Federal (PF) aguarda a autorização de concurso para 512 vagas, sendo 396 de agente e 116 de papiloscopista. A expectativa é que o Ministério do Planejamento dê o aval ainda este ano, para que o concurso seja realizado no início do ano que vem.
A lotação dos novos policiais nas fronteiras foi confirmada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em junho, durante o lançamento do Plano Estratégico de Fronteiras, programa do governo federal que visa ao aprimoramento do combate ao crime nas regiões fronteiriças. Na última seleção realizada pelo departamento, para agente e escrivão, em 2009, todas as 600 vagas oferecidas já haviam sido destinadas somente a unidades de fronteira, à Amazônia Legal e ao Estado do Mato Grosso do Sul.
Em alguns postos, apenas um policial
Segundo a Fenapef, há cerca de 850 policiais federais nas regiões de fronteira. Em julho, o diretor de Relações do Trabalho da federação, Francisco Sabino, afirmou é necessário dobrar esse efetivo, chegando assim a cerca de 1.700 policiais nessas localidades.
Paulo Paes relatou que em alguns postos há apenas um policial por turno responsável pela fiscalização de quilômetros de fronteira. "No dia 24, esses postos irão contar com cinco policiais ou mais."
A ampliação definitiva do quadro, no entanto, não será alcançada apenas com a realização do concurso esperado para agente e papiloscopista, devido ao volume de aposentadorias. "A urgência é muito grande. Esse grupo só vai suprir as aposentadorias. O concurso deveria ter o triplo de vagas ou mais", avaliou Paes.
Para o ano que vem, a PF espera contar com nova autorização para concurso para 512 vagas, sendo que, dessa vez, 362 para escrivão e 150 para delegado. O objetivo do departamento para os próximos anos é formar cerca de mil policiais a cada ano, admitidos por meio de novos concursos.
Requisitos e vencimentos - Os cargos de agente, papiloscopista e escrivão são destinados àqueles que possuem o ensino superior completo em qualquer área. Já para delegado, é exigido o bacharelado em Direito. As remunerações iniciais são de R$7.818 para os três primeiros e de R$13.672 para delegado. Os valores já incluem o auxílio-alimentação de R$304.
Apoio - A PF também possui pedido em análise no Planejamento para a abertura de concurso para 328 vagas de agente administrativo, cargo de nível médio, com iniciais de R$3.203,97 (já com auxílio-alimentação).
Fonte : Folha Dirigida
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