A Diretoria de Projetos e Gestão do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza da UFRJ, executora do concurso para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro - MPE-RJ (a Fundação José Bonifácio é a organizadora), informou que o resultado final para técnico (administrativo e de notificação e atos intimatórios) deverá sair nesta terça-feira, dia 13, a partir das 12h.
Tão logo a listagem seja liberada, será disponibilizada pela FOLHA DIRIGIDA. Conforme o cronograma previsto do concurso, a relação de aprovados poderia ter sido publicada na última segunda, 12, mas a mesma ainda não havia sido totalmente processada.
Na última terça-feira, dia 6, foi divulgado o julgamento dos recursos contra os gabaritos e formulação/conteúdo das questões da prova objetiva, realizada em 27 de novembro. Agora, a expectativa é que a fundamentação, por parte da banca examinadora, de cada pergunta dos exames para analista (processual e administrativo) e técnico (as duas áreas) possa ser liberada já nesta semana, de acordo com o presidente da comissão do concurso, procurador de Justiça Carlos Navega (veja matéria abaixo).
No total, 78.625 candidatos se inscreveram para o cargo de técnico do MPE, sendo 3.037 na especialidade de notificação e atos intimatórios e 75.588 na administrativa. O concurso, que foi o primeiro feito após a implementação de reserva de vagas para negros e índios no âmbito estadual, reuniu 9.055 cotistas. No dia da avaliação objetiva (única etapa), cerca de 14 mil concorrentes não compareceram.
A classificação final no cargo de analista foi divulgada na semana anterior (dia 6 deste mês) porque a prova objetiva transcorreu antes, em 20 de novembro. Foram inscritos 25.095 candidatos (11.057 a analista processual e 14.038 a administrativo), mas 4.060 não fizeram a avaliação. Foram aprovados 1.946 concorrentes, sendo 231 processuais e 1.715 administrativos.
SERVIÇO
Acompanhamento do concurso: www.folhadirigida.com.br (assinantes) e www.fujb.ufrj.br/mprj
Na prova de técnico administrativo,
questões semelhantes às do exame da OAB
Na prova objetiva para técnico administrativo do MPE-RJ, aplicada no último dia 27 de novembro, foi verificado o uso de três questões muito similares com utilizadas no exame da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ), em 2007. As perguntas nº 65, 66 e 68 da prova feita há quatro anos se assemelham, respectivamente, com as seguintes do MPE: gabarito "A" - 71, 72 e 73; "B" - 79, 73 e 74; "C" - 72, 79 e 75; e "D" - 78, 79 e 73.
Os cadernos com questões dos exames para o MPE estão disponíveis na FOLHA DIRIGIDA Online (assinantes) e no site da Fundação José Bonifácio, organizadora (a Diretoria de Projetos e Gestão do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza da UFRJ é a executora). De acordo com o presidente da comissão do concurso, procurador de Justiça Carlos Navega, a banca examinadora entendeu que houve mudanças relevantes no conteúdo das questões (e respectivas respostas) em xeque.
"As questões criticadas não serão analisadas novamente. Não houve plágio, pois o mesmo examinador que elaborou as questões para o exame da OAB esteve na nossa banca, em Direito Administrativo. É o advogado Gustavo Binenbojm. Com o passar do tempo, vamos ficando apertados em relação ao banco de questões. Por isso, os examinadores tentam inovar na forma de se questionar a matéria", esclareceu.
"Ele indeferiu todos os recursos alegando que haviam pontos diferenciais nas questões da OAB e do MPE. Tomamos cuidado em não repetir perguntas, mas é um risco que corremos. Não podemos falar em anular o concurso, pois não houve falta de isonomia. Se as questões fossem 100% iguais, acho que o próprio examinador as anularia. Anulamos outras questões e não haveria problema", completou Navega.
O diretor do Centro de Estudos Guerra de Moraes, Carlos Eduardo Guerra, opinou sobre o caso. "Acho pouco provável que o concurso seja anulado. Parece-me que não é bem plágio, mas, com certeza, foge do ineditismo esperado em todo concurso. Esta situação pode ferir a isonomia ao privilegiar os candidatos que estudaram a banca e fizeram estas questões. Eu não acho isso correto. Por mais incrível que pareça, o candidato deve procurar o MPE. Existe um órgão de cidadania que defende interesses difusos e coletivos", comenta.
Justificativas das anulações - O presidente da comissão do concurso também falou sobre a ausência de explicação, após análise dos recursos, da anulação de questões, fato criticado por concorrentes. "Nesta semana (até sexta, 16) deverá sair a fundamentação de todas questões (80 para analista processual, 80 para analista administrativo, 100 para técnico administrativo e 100 para técnico de notificação) e a justificativa das anulações. Será uma análise bem sintética. Estou pedindo para as bancas agilizarem", finalizou.
Foram anuladas 16 perguntas, sendo nove para analista (quatro para processual e cinco para administrativo) e sete para técnico (duas para notificação e cinco para administrativo). Apenas a anulação da questão de Língua Portuguesa de técnico administrativo (nº 27 no gabarito "A", 23 no "B", 24 no "C" e 25 no "D") já foi explicada. Ela havia sido utilizada, na integralidade, no exame do concurso de 2010 para assistente técnico de gestão em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz.
SERVIÇO
Provas de técnico administrativo: www.folhadirigida.com.br (somente assinantes) e www.fujb.ufrj.br/mprj
Presidente da comissão do concurso descarta fraude
Após polêmica envolvendo o uso de questões similares a cobradas no exame da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), em 2007 (veja acima), o concurso para técnico e analista do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPE-RJ) foi alvo de nova denúncia feita por candidatos à FOLHA DIRIGIDA. O centro do problema está na classificação final do cargo de analista processual, aberto exclusivamente para bacharéis em Direito. A função teve, como os dois primeiros colocados, na ampla concorrência, Paula Myrian Paixão Leoni Lopes de Oliveira (nota 93) e Nilton Carlos Machado e Silva Sampaio (91), com pontuações bem superiores aos classificados sequencialmente.
Enquanto a primeira candidata é filha do procurador de Justiça José Maria Leoni Lopes de Oliveira, o segundo atua no cargo comissionado de assessor na Gerência de Suporte ao Gabinete do Procurador-Geral de Justiça, Cláudio Soares Lopes. Em entrevista à FOLHA DIRIGIDA concedida na Gerência de Suporte aos Concursos Públicos do MPE na última sexta-feira, dia 9, o presidente da comissão da seleção, procurador de Justiça Carlos Navega, comentou sobre o caso, ressaltando que não há indícios de favorecimento e a credibilidade da banca examinadora das provas.
"Do jeito que foi apresentado, este fato não indica nenhum tipo de evidência que nos leve a abrir alguma sindicância para apurar. O fato de uma pessoa ser filha de procurador ou de trabalhar no MPE em cargo de comissão não pode ser capaz de colocar em dúvida o mérito das pessoas. Na relação de não aprovados, tem diversos filhos de membros que não lograram êxito. As notas dos dois primeiros colocados não estão tão acima do terceiro lugar, mas sete e cinco pontos. Todo concurso grande tem questionamentos. Além disso, o procurador-geral de Justiça não tem participação alguma na comissão do concurso", diz.
E completa: "A banca examinadora foi divulgada com antecedência. Ela é constituída de membros do MPE, excetuando Língua Portuguesa e Noções de Informática. Esses promotores de Justiça são de absoluta confiança do Ministério Público. De jeito nenhum favoreceriam alguém aqui de dentro. Eles cuidam de tarefas de bem mais alta relevância para a sociedade que a elaboração de questões para concursos".
A FOLHA DIRIGIDA também teve acesso a fotos de alguns candidatos que se inscreveram como negros ou índios, na reserva de 20% das vagas estabelecida pelo Decreto Estadual nº43.007, de junho passado, e que estão aprovados para o cargo de analista administrativo. Aparentemente, alguns concorrentes não se enquadrariam na situação. "O candidato se autodeclara. Tentamos cumprir tudo o que o decreto fixa. Quem se declarou negro ou índio passará pelo nosso sistema médico e social para aferir a veracidade da informação. Se houver dúvidas, iremos decidir. Uma das sanções é a eliminação no concurso. Tentaremos eliminar quem tiver que ser antes da nomeação, pois depois fixa mais complexo", defende o procurador de Justiça Carlos Navega.
Fonte : Folha Dirigida
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