O novo presidente dos Correios, Davi José de Matos, anunciou nesta quinta-feira, 5, que as provas do concurso serão adiadas, provavelmente, para 21 de novembro. "Estamos trabalhando com o dia 21, mas vou me reunir com a Fundação Cesgranrio na próxima semana para definir a nova data. Não vai trazer prejuízos, é mais seguro e os candidatos vão ter mais tempo para estudar", garantiu Matos.
Inicialmente, as provas aconteceriam em 19 de setembro, 60 dias após a escolha da organizadora. Uma das preocupações do novo presidente é com a segurança, já que o concurso reúne 1.064.466 participantes de todo o Brasil na disputa por 6.565 vagas em mais de 500 cidades. No Rio de Janeiro, são 107.603 concorrentes para 627 oportunidades.
A seleção é composta por provas objetivas e práticas, de acordo com o cargo pretendido. Para carteiro e operador de triagem e transbordo, as avaliações versarão sobre Língua Portuguesa (20 questões), Matemática (20) e Noções de Informática (dez). Já para atendente comercial, serão cobradas, além dessas, 20 perguntas de Conhecimentos Específicos.
Para os demais cargos dos níveis médio/técnico e superior, a seleção ocorrerá somente por meio de uma prova com 60 questões objetivas. Para as carreiras de arquiteto, analista de desenvolvimento de sistemas, engenheiro civil, engenheiro eletrônico, engenheiro eletricista e engenheiro mecânico os testes cobrarão dez perguntas de Língua Portuguesa, dez de Inglês e 40 de Conhecimentos Específicos.
Nas demais carreiras serão propostas dez perguntas de Língua Portuguesa, dez de Informática e 40 de Conhecimentos Específicos. Cada disciplina valerá 100 pontos e, para ser aprovado, o concorrente deverá obter 50 em cada uma.
Para os cargos de carteiro e operador de triagem e transbordo haverá também uma segunda etapa de exames físicos (barra fixa - três para homens e suspensão por 10 segundos para mulheres e corrida de 12 minutos - 2.200 metros para homens e 1.800 para mulheres) e teste de dinamometria (força). Os aprovados na prova objetiva serão chamados gradativamente para a segunda etapa. A validade do concurso será de um ano, prorrogável por igual período.
Correios: Fentect cobra convocação imediata
O secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), José Rivaldo da Silva, solicitou uma reunião com o novo presidente dos Correios, David José de Matos, a fim de verificar quando as admissões dos aprovados no atual concurso terão início, tendo em vista que as provas ocorrerão em 19 de setembro.
"O concurso está arrastado. Foi feito um plano de demissão incentivada ano passado e a reposição ainda não aconteceu. Temos a data das provas, mas a contratação deverá ser ano que vem por causa do período eleitoral. Queremos saber o mês exato em que as admissões começarão", disse o sindicalista.
O secretário-geral da Fentect acredita que a contratação de 4 mil temporários para suprir as necessidades de fim de ano, anunciada pelo presidente David Matos, não é a solução adequada.
"Somos contrários à terceirização, mas isso não costuma ser discutido com o movimento sindical. Já ganhamos algumas ações contra essa prática. Pela Constituição, a entrega feita pelo carteiro é atividade-fim da empresa e, por isso, não pode ser feita por temporários", explica o secretário-geral do Fentect.
Para o sindicalista, o quadro de pessoal só irá melhorar quando a empresa pensar a longo prazo e convocar os aprovados em concursos regularmente. "Os Correios têm assegurado pelo STF o monopólio para a entrega de correspondências. Com isso, hoje, precisaríamos de mais 9 mil trabalhadores", enumera.
Segundo Rivaldo, a crise nos Correios começou há cerca de dez meses no setor de operações, onde alguns contratos não estavam sendo cumpridos, e com as mudanças em diretorias regionais. A falta de pessoal e a demanda crescente de serviços também contribuíram para a queda na qualidade do serviço, motivo alegado pelo presidente Lula para que a gestão anterior fosse afastada.
"O carteiro não é o culpado porque ele cumpre ordens dos diretores. Queremos voltar ao padrão de excelência que tínhamos quando, ano passado, ajudamos a realizar o Enem com eficiência. Queremos melhorar a imagem da empresa", destacou.
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