Os interessados em ingressar no magistério estadual devem ficar atentos, pois a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc) se programa para realizar, em agosto, mais um concurso para professor I (do 6º ao 9º ano e ensino médio). A oferta inicial deverá ser de, pelo menos, 3.500 vagas, e para concorrer será preciso comprovar licenciatura plena na disciplina escolhida.
Segundo a Assessoria de Imprensa da pasta, a área pedagógica está realizando um estudo junto à categoria sobre a alteração na carga horária e, consequentemente, nos vencimentos dos docentes. O setor informou que o projeto que cria as vagas será encaminhado à Assembleia Legislativa (Alerj) após o recesso parlamentar, para ser votado.
Paralelamente, a secretaria dará início ao processo de escolha da organizadora. Este mês, o salário-base do professor de 16 horas semanais passa de R$765,66 para R$836,10. Os habilitados serão contratados pelo regime estatutário, que garante estabilidade no serviço público.
Ainda de acordo com a assessoria, também estão sendo definidas as disciplinas que serão contempladas. No entanto, a expectativa é que haja oportunidades para aquelas que apresentam maior carência, como Matemática, Física, Química, Biologia, História e Geografia.
Grande evasão - Para a presidente da União dos Professores Públicos no Estado (Uppe-Sindicato), Teresinha Machado da Silva, o quantitativo anunciado não suprirá a carência de profissionais, principalmente em virtude das exonerações a pedido. Segundo ela, o baixo salário, o não cumprimento dos direitos do professor e a falta de perspectivas de carreira sólida e aposentadoria digna são os principais motivadores da evasão.
"Este ano, a rede já perdeu 1.269 professores, só por exoneração a pedido. Essas solicitações acontecem, principalmente, nas primeiras referências do plano de carreira. São professores recém-chegados, que abandonam o magistério por não conseguirem o sustento com o salário que recebem", afirma.
A sindicalista destacou ainda as aposentadorias, que totalizam 2.168 só este ano. Além disso, há outras formas de afastamento, como exoneração ex-ofício, demissão e readaptação, que elevam o déficit para 6.570 professores.
"A cada mês, cerca de 900 professores deixam a rede. A nossa preocupação é muito grande quando se percebe que toda essa perda não vem sendo compensada com novos profissionais", ressalta.
Em relação à carga, Teresinha Machado acredita em uma proposta de ampliação de 16 para 22 horas semanais. "A Uppes é contrária a uma alta carga horária. Essa proposta seria a mais adequada. Mais do que isso, seria imprudência", diz.
Fonte : Folha Dirigida
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