Os candidatos a técnico (administrativo e de notificação e atos intimatórios) do concurso para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPE-RJ) já podem verificar o julgamento dos recursos impetrados contra os gabaritos e formulação e conteúdo das questões da prova objetiva, aplicada no último dia 27 de novembro. Foram anuladas sete perguntas, sendo duas do exame para técnico de notificação e cinco da avaliação para técnico administrativo.
Entre elas, está a questão de Língua Portuguesa mencionada na edição nº 2.009 da FOLHA DIRIGIDA (nº 27 no gabarito "A", 23 no "B", 24 no "C" e 25 no "D"), cobrada anteriormente na avaliação objetiva da seleção para assistente técnico de gestão em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, feita em 2010, sob organização da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
As justificativas para o cancelamento das outras questões não foram informadas. Os gabaritos definitivos são iguais aos provisórios, disponíveis na FOLHA DIRIGIDA Online (assinantes) e no site da organizadora, excetuando as perguntas anuladas. O resultado do exame já pode ser consultado individualmente. Os recursos serão aceitos até esta sexta, dia 9. A expectativa é que o resultado final de técnico seja liberado na próxima segunda, 12.
Dos 78.625 inscritos, 3.037 concorrem à área de notificação e 75.588 à administrativa. Desse total, 1.052 são portadores de necessidades especiais e 9.055 abrangidos por decreto que reserva cota para negros e índios. De acordo com a organizadora, cerca de 14 mil candidatos não realizaram a prova.
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MPE: anulações deverão ser justificadas
Nesta quinta-feira, dia 8, candidatos do concurso para técnico do concurso para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPE-RJ), cuja prova objetiva (única etapa) transcorreu no último dia 27 de novembro, entraram em contato com a FOLHA DIRIGIDA questionando a ausência de explicações no julgamento dos recursos impetrados contra os gabaritos, que acarretou na anulação de sete questões (cinco para técnico administrativo e duas para notificação e atos intimatórios).
Entre as perguntas anuladas, a única justificada pela Fundação José Bonifácio, organizadora (a Diretoria de Projetos e Gestão do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza da UFRJ é a executora), foi a de Língua Portuguesa (nº 27 no gabarito "A", 23 no "B", 24 no "C" e 25 no "D"). Essa questão havia sido cobrada no exame da seleção de 2010 para assistente técnico de gestão em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, sob responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Por precaução, a organizadora do concurso para o MPE decidiu anulá-la.
De acordo com a fundação, deverá sair, na semana que vem (até sexta, 16), a fundamentação, por parte da banca examinadora, de cada questão constante nas provas para técnico (foram 80 para cada modalidade) e analista (100 para administrativo e 100 para processual), que foi realizada uma semana antes (último dia 20 de novembro).
Questões "similares" de outras provas geram polêmica
Além disso, outra polêmica foi a utilização, na prova de técnico administrativo, de três questões muito similares utilizadas no exame da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB), em 2007. As perguntas nº 65, 66 e 68 da prova feita há quatro anos (veja anexo nesta página) se assemelham, respectivamente, com as seguintes do MPE: gabarito "A" - 71, 72 e 73; "B" - 79, 73 e 74; "C" - 72, 79 e 75; e "D" - 78, 79 e 73. Segundo a organizadora, as questões tiveram algumas alterações em relação às elaboradas no primeiro concurso, e por isso, não serão anuladas.
Na visão do diretor do Centro de Estudos Guerra de Moraes, professor Carlos Eduardo Guerra, embora não tenha ocorrido plágio, a isonomia do concurso é afetada. "Acho poquíssimo provável que o concurso seja anulado pelo aspecto jurídico. Parece-me que o caso não é bem plágio, mas, com certeza, fogem do ineditismo. Este tipo de situação pode ferir o princípio da isonomia ao privilegiar os candidatos que estudaram a banca e fizeram estas questões com relação aos que não a fizeram. Sem dúvidas, fugiram e feriram o ineditismo esperado de todo concurso. Eu não acho isso correto. A banca não só deve fazer questões inéditas", declara.
E completa: "O MPE fez as provas. Normalmente, a responsabilidade só é da organizadora da seleção. A banca também vai responder objetivamente porque existe uma relação jurídica entre o candidato e ela. Além disso, nesse concurso se deve cobrar responsabilidade do Ministério Público. Eu peço que o órgão tenha o rigor que costuma ter com outros concursos de outros órgãos".
Segundo o especialista em concursos, os candidatos devem procurar o próprio Ministério Público para resolver o imbróglio. "Por mais incrível que isso pareça, o candidato deve procurar o Ministério Público. Existe um órgão de cidadania que defende interesses difusos e coletivos. Esse deve ser o órgão procurado. A pessoa afetada deve se identificar com seus documentos, comprovar seu vínculo com o concurso e os documentos que provam a sua alegação de plágio", finaliza Guerra.
Fonte : Folha Dirigida
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