Os concurseiros que sonham com a farda do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE) aguardam com ansiedade a próxima seleção, anunciada em meados de 2012. Depois de alguns prazos ultrapassados, agora a Secretaria de Estado de Defesa Social (SDS-PE) prefere não se pronunciar sobre a previsão de abertura do certame. Se por um lado a demora na publicação do edital aumenta o tempo de preparação, há um ponto negativo, pois a falta de seleções periódicas pode gerar déficit de pessoal e má prestação de serviços à sociedade.
Essa é a opinião do coordenador da Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados da Polícia e Bombeiro Militar (ACS-PE), Renilson Bezerra. Segundo o líder de classe, os sete anos sem concurso são sentidos na ampla carga de trabalho a que a categoria está submetida. Ele diz que a ACS-PE dialoga periodicamente com as lideranças e com o governo, para tentar acelerar esse processo. "Reunimo-nos com o comando-geral e com o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, para tratar das necessidades do CBMPE. Atualmente, o efetivo tem 3.400 homens e precisa chegar a pelo menos 6 mil. Todas as pautas discutidas estão registradas em atas", garantiu.
Renilson Bezerra acrescentou que o efetivo atual está desgastado em função das escalas, e que isso se reflete na dificuldade de atendimento à população. "O dia-a-dia é cansativo. O soldado mal tem tempo de curtir a família. No Carnaval, por exemplo, já houve ocasião em que toda a corporação esteve de plantão para emergências. Isso é inviável. É preciso reforço, para que haja um serviço mais eficiente. A folga é muito restrita", reclamou.
Outra queixa diz respeito às condições de trabalho dos militares. Além da falta de recursos humanos, o coordenador diz que também existe má distribuição de equipamentos. "Há casos de apenas duas viaturas para atender áreas formadas por até 22 municípios, como, por exemplo, a região de Caruaru e Garanhuns. Neste último, há dois anos existe um espaço destinado para a construção de um quartel, sem qualquer vestígio de obra até o momento", denunciou. De acordo com informações do IBGE, somente as duas cidades citadas possuem, somadas, mais de 400 mil moradores.
Comando-geral responde às críticas
Procurado pela Redação da FOLHA DIRIGIDA, o comando-geral do CBMPE respondeu, através do subcomandante Manoel Cunha, que a corporação trabalha em turnos de 24h/72h, totalizando 160h/mês, sendo que, nos casos de excesso, os militares, de forma voluntária, podem participar do Programa de Jornada Extra de Segurança (Pjes), vendendo 8h da folga ao estado.
Sobre as condições de atuação, o subcomandante confirmou a inexistência de atendimento em alguns locais, ponderando que, nos últimos dois anos, houve inaugurações de seções nas cidades de Salgueiro, Ouricuri e Araripina, no Sertão Pernambucano. Ele lembrou que as unidades, nos municípios de Arco Verde - também no Sertão -, além de Goiana e Petrolândia - na Zona da Mata e na Região do São Francisco -, respectivamente, estão previstas para o primeiro semestre deste ano.
Em relação ao terreno cedido em Garanhuns, Manoel Cunha afirmou que o CBMPE recebeu, em dezembro de 2011, a cessão do prédio do antigo Detran da cidade. Ele destacou que a reforma iniciou em março de 2012 e que o término da primeira etapa está previsto para o próximo mês de maio. O subcomandante fez questão de frisar que a corporação possui uma sede na cidade, concedida pela prefeitura, desde 1997. Por fim, declarou que o efetivo atual é de 2.987 militares, número inferior ao citado pelo presidente da Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados da Polícia e Bombeiro Militar (ACS-PE), Renilson Bezerra (3.400).
O concurso - No começo de dezembro último, a SDS-PE chegou a informar que os editais para as seleções do Corpo de Bombeiros Militar (CBMPE) estavam previstos para serem divulgados até o fim de 2012, o que não ocorreu. Agora, segundo a secretaria, "os detalhes ainda estão sendo acertados". O certame deve ofertar 500 vagas para soldados (nível médio) e 60 para oficiais (nível superior), que proporcionam vencimentos em torno de R$2.276,40 e R$5.257,40, respectivamente. As etapas devem consistir em prova objetiva, teste de aptidão física, exame psicológico, médico, investigação social e curso de formação.
Fonte : Folha Dirigida
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