Ter por alguém admiração e respeito cria um modelo de referencial a ser seguido. O sonho da carreira pública, principalmente da carreira militar, não nasce da noite para o dia, é algo construído. Seja o desejo da menina em se tornar médica ou do menino que sonha em ser soldado, e vice-versa, o fator principal para que isso aconteça é acreditar.
E foi baseado nisto e motivado pelo apoio da família, que Anderson Ramos dos Santos, de 28 anos, hoje soldado Ramos, deixou a faculdade de Matemática, aos 25, e agarrou-se a oportunidade de ingressar na Polícia Militar do Paraná (PM-PR). Dentre as 1.500 vagas ele foi o primeiro classificado do concurso, em 2009. O atual soldado do Batalhão de Operações Especiais (Bope), em entrevista à FOLHA DIRIGIDA, conta a experiência e o processo que o levou à aprovação. “A minha maior motivação foi a minha família. Meu pai é militar, tenho familiares também da polícia militar, então sempre tive uma referência na área e sempre admirei bastante o serviço e a importância da profissão, e isso me motivou a prestar o concurso”, contou.
Segundo o soldado Ramos, apesar do trabalho ser árduo ele está satisfeito com a sua escolha e é exatamente o que ele esperava. Para ele, a escola de formação, aonde se preparou durante um ano, foi a base para o seu trabalho atual. “Eu trabalho diretamente na rua, com a população. É um trabalho árduo que exige preparação. O preparo na escola de formação foi a minha base.”
Antes de prestar o concurso da a PM-PR, Anderson tentou para o Banco do Brasil e para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, na época em que morou em Brasília. Segundo ele, a experiência de provas anteriores refletiu no êxito da prova para soldado. “Com certeza a experiência em concurso público ajuda muito, é muito importante. Não é só saber a matéria, mas é saber como trabalhar uma prova”, afirmou.
E alcançar sonhos exigiu do soldado Ramos alguns sacrifícios. Na época da aprovação ele cursava o 4º período do curso de Matemática em uma universidade federal. “Eu já estava no quarto período, na metade do curso, inclusive já estava dando algumas aulas. Mas o concurso pra soldado não é todo ano que tem, então quando eu vi a oportunidade de ingressar eu resolvi mudar de área. Deixei a faculdade para ingressar na polícia e valeu a pena”, disse ele, que fazia um curso preparatório em Curitiba e frequentava as aulas no período da manhã e a tarde tirava dúvidas, estudando com apostilas e grupos de amigos.
“E na época eu não estava trabalhando, eu estava só estudando, meus pais me ajudaram bastante. Meu dia era praticamente voltado para os estudos mesmo. Foram uns seis meses de preparação, e uma coisa que me deu uma certa vantagem é o fato de me dar bem na área de Exatas, e isso acabou me destacando em relação aos outros candidatos, porque geralmente é uma área que as pessoas têm mais dificuldade.”
Além do alcance de um sonho, significou também a independência financeira para ele, que agora pensa em se qualificar mais dentro da própria polícia, inclusive tentando a promoção a oficial, cujo curso já está nas últimas etapas de seleção. Segundo o soldado, o trabalho na polícia militar o despertou na área de atividades físicas, prática que ele sempre gostou e que chegou a despertar seu interesse em fazer faculdade de Educação Física.
“A polícia oferece muitas oportunidades, basta a pessoa querer, ter interesse, que ela consegue alcançar o objetivo que quiser, depende só de nós mesmos”, disse, aconselhando aqueles que vão tentar o novo concurso para 5.264 vagas. “Eu aconselho que estude e se prepare, não só para a parte intelectual mas para a parte física também. Muitos candidatos estudam muito, mas não se preparam para o teste físico, e quando chegam lá na frente acabam reprovando nessa etapa. Então é preciso uma preparação conciliada, e também não desistir nos momentos difíceis, procurar ajuda, se puder, fazer um curso, estudar com bastante objetividade se baseando em outras provas e questões de concurso.” Fonte : Folha Dirigida
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