A FOLHA DIRIGIDA tem recebido diversas denúncias a respeito de falhas na organização do concurso, por parte do Cepuerj, durante a aplicação das provas de técnico médio da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, realizadas na última terça-feira, dia 12. As críticas vão desde a falta de fiscalização até questões mal formuladas.
Muitos candidatos informaram, inclusive no fórum de discussão na FOLHA DIRIGIDA Online, de que, em diversos locais, os envelopes com as provas do concurso chegaram sem o lacre, o que, segundo eles, coloca em xeque a segurança da seleção e o sigilo das provas. Outros candidatos relatam ainda que não havia provas suficientes em todos os locais, obrigando os fiscais a terem que solicitar os cadernos de questões em outras salas de aplicação. Isso teria ocorrido na Uerj, na Suam e na Universidade Estácio de Sá (campus Jacarepaguá).
Uma assinante da FOLHA DIRIGIDA Online relatou que, durante a avaliação, os fiscais estavam desatentos e deixaram os candidatos folhearem as provas antes do seu início. "Os fiscais conversavam e não se importaram quando entregaram as provas. Alguns alunos puderam folhear o caderno antes do sinal de permissão para começar a prova", disse.
A mesma candidata comentou também sobre a falta de fiscalização dentro do banheiro. "Após entregar minha prova, faltando uma hora para o término do exame, me deixaram usar o banheiro que ficava ao lado da minha sala de prova. Havia outras pessoas no banheiro, inclusive candidatos, mas não tinha nenhum fiscal acompanhando. Não houve detector de metais, nem fiscalização alguma aos que usaram o banheiro", relatou.
As críticas dos candidatos não param por aí. Segundo eles, muitas questões da provas estavam mal formuladas e algumas, inclusive, fora do programa oficial. Outros alegam que o nível de cobrança foi exagerado.
FOLHA DIRIGIDA entrou em contato com a coordenadora de Concursos e Processos Seletivos do Cepuerj, Márcia Caoduro, para buscar esclarecimentos sobre os problemas relatados pelos candidatos. A dirigente solicitou que tudo fosse encaminhado por e-mail. Em sua resposta, a coordenadora disse que havia um número suficiente de fiscais para atuação nos locais.
"Quanto aos banheiros sem fiscais, cabe informar que todos os locais de prova dispunham de profissionais em número suficiente para atuação", comentou, sem prestar mais detalhes. Quanto às questões mal formuladas, alegadas pelos candidatos, Márcia Caoduro disse que esse tipo de questionamento deve ser feito por meio de recurso.
"Questões com dupla resposta ou sem resposta cabe à banca examinadora analisar os questionamentos do candidatos e deferir ou indeferir os pedidos de recurso", comentou.
Em referência ao nível de cobrança da prova, a coordenadora do Cepuerj disse que a reclamação não a surpreende. "Quero deixar claro que todo o processo foi realizado com lisura e já esperava que a prova elaborada não agradaria aos candidatos, pois ela foi elaborada com grau de dificuldade elevado, considerando o perfil profissional dos cargos", completou.
Cronograma
Os gabaritos oficiais das provas objetivas do concurso para a área de apoio da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro podem ser encontrados em anexo. O prazo para interposição de recursos começa às 10h desta quinta, dia 14, se estendendo até 19h do próximo dia 20. O candidato deverá preencher o formulário, disponível no site do Cepuerj (organizador), e imprimir o boleto bancário.
A taxa recursal, cujo valor é de R$30 (independente do número de questões), deverá ser quitada em qualquer banco, nos caixas eletrônicos ou nos serviços bancários na internet, até a data de vencimento. A alternativa para aqueles que não têm acesso à internet é comparecer, entre 10h e 17h, nos dias úteis, na Uerj.
É importante ressaltar que o recurso deverá ser unitário por questão, constando a indicação precisa daquilo em que o candidato se julgar prejudicado. O candidato deverá fundamentar seu pedido utilizando as referências bibliográficas sugeridas no anexo I, com indicação obrigatória do título da referência, do capítulo e da página onde o item pode é encontrado.
O resultado dos recursos está previsto para sair no dia 12 de novembro. Os pontos correspondentes às questões porventura anuladas serão atribuídos indistintamente a todos os candidatos. Junto à análise dos recursos, sairá também o resultado final do concurso. Dos 100 pontos totais, é necessário alcançar, no mínimo, 70 para ser
aprovado.
Em caso de empates, serão considerados alguns critérios, na ordem descrita a seguir. Para técnico superior jurídico: maior número de pontos em Língua Portuguesa; em Direito Constitucional; em Direito Administrativo; em Direito Processual Civil; em Direito Processual Penal; em Direito Civil; em Direito Penal e em Legislação. No caso do cargo de técnico médio de defensoria, os critérios de desempate são maior número de pontos em Língua Portuguesa; em Noções de Direito Constitucional; em Noções de Direito Administrativo; em Teoria Geral de Processo; em Legislação e em Informática.
Tão logo o concurso seja homologado, o defensor-geral, José Raimundo Batista Moreira, disse à FOLHA DIRIGIDA que os primeiros 100 classificados de cada cargo serão chamados ainda este ano. A programação do defensor é, já em novembro, dar início às convocações. O restante dos aprovados será chamado ao longo da validade do concurso, que é de dois anos, podendo dobrar.
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