O delegado da Polícia Federal, Victor Hugo Rodrigues Alves, revelou nesta quinta-feira, dia 28, que os sete policiais federais que ingressaram na corporação após terem sido beneficiados por fraudes em concursos do departamento são oriundos das seleções para agente e escrivão, de 2001, e para agente e delegado, de 2004. Segundo o delegado, a descoberta de fraude nas seleções não invalida os concursos, já que todos os beneficiados que conquistaram a aprovação foram identificados.
Em entrevista à FOLHA DIRIGIDA, no último dia 13, o delegado Alves, que preside o inquérito da Operação Tormenta, deflagrada em junho e por meio da qual a PF desarticulou uma quadrilha que fraudava concursos, havia informado que em função das investigações da operação, o departamento decidiu realizar uma auditoria em todos os seus concursos desde de 2001, o que levou à identificação dos fraudadores. Segundo ele, o afastamento dos sete policiais já foi solicitado na Justiça.
Todos os sete policiais estão no cargo de agente. O delegado afirmou que dos que ingressaram pelo concurso de 2001, alguns chegaram a obter a aprovação também para escrivão (era possível concorrer para os dois cargos), mas preferiram optar pelo cargo de agente. Já no concurso de delegado, os candidatos que tiveram acesso antecipado ao caderno de provas ainda assim não conseguiram obter nota suficiente para a aprovação. "Isso mostra que compensa estudar", disse o delegado Alves.
O responsável pelas investigações da Operação Tormenta explicou que os fraudadores foram identificados a partir de uma metodologia desenvolvida pela PF que inclui o cruzamento de gabaritos por meio de um software que identifica a existência de candidatos com respostas muito semelhantes. "Identificados esses candidatos, nós encaminhamos os dados para a perícia. Os peritos criminais vão dizer se a probabilidade de acontecerem essas semelhanças é aceitável ou não. E isso varia de concurso para concurso, de acordo com o nível de dificuldade das questões", esclareceu o delegado Alves, ressaltando que a confirmação da existência de fraude, no entanto, acontece a partir das investigações criminais feitas a partir dessa auditoria das provas.
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