A Polícia Federal (PF) aguarda apenas a autorização do Ministério do Planejamento para realizar um novo concurso para a sua área de apoio. O departamento planeja a abertura de 328 vagas no cargo de agente administrativo, que tem como requisito básico o ensino médio completo. Os vencimentos iniciais são de R$2.899,97. Somando-se o auxílio-alimentação, de R$304, a remuneração inicial chega a R$3.203,97 ao mês.
Além da remuneração, são atrativos do cargo a estabilidade, proporcionada pela contratação pelo regime estatutário, e a possibilidade de atuar em uma das instituições mais bem conceituadas do país.
Como a escolaridade exigida para o ingresso no cargo só precisa ser comprovada no ato da posse, também poderão concorrer aqueles que estão prestes a concluir o ensino médio. Também até a data da posse, será necessário possuir pelo menos 18 anos de idade.
A PF já informou que o concurso será realizado imediatamente após a autorização do Ministério do Planejamento, o que aumenta a importância dos interessados em participar iniciarem a sua preparação o quanto antes.
Em entrevista concedida no último dia 11 ao programa Bom Dia Ministro da Rádio Nacional, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, declarou que devido à proximidade do fim do atual governo, as autorizações dos novos concursos ficarão a cargo da próxima gestão. O ministro afirmou que o governo Dilma Rousseff deverá manter uma política de concursos semelhante à que foi desenvolvida no governo Lula.
Com isso, a expectativa é de que o nova seleção para agente administrativo da PF seja concedida no início do próximo ano. Pelo fato do concurso não prever curso de formação - diferente das seleções para os cargos da área policial - o departamento informou ainda que o ingresso dos aprovados também será imediato.
Etapas - Caso a PF repita no novo concurso o modelo utilizado na última seleção para o cargo de agente administrativo, realizada em 2004, os candidatos serão submetidos a uma etapa única, de provas objetivas de Conhecimentos Gerais e de Conhecimentos Específicos.
Projeto prevê criação de mais de três mil vagas
Também é esperado para 2011 a aprovação da proposta da PF para a restruturação da sua área de apoio. Projeto nesse sentido está em análise no Ministério do Planejamento e prevê, entre outros, a criação de três mil vagas, sendo duas mil de para técnico-administrativo (de nível médio e médio/técnico, com vencimentos iniciais de R$2.899,97) e mil de analista técnico-administrativo (superior, R$3.531,32).
O Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (SinpecPF) informou em seu site que está trabalhando para que a proposta de reestruturação avance durante o período de transição presidencial. O sindicato afirmou que a presidente eleita Dilma Rousseff terá que "honrar o compromisso de Lula em reestruturar o PECPF".
O SinpecPF informou ainda que solicitou uma nova reunião com a equipe do Ministério do Planejamento que analisa o processo de reestruturação e que a expectativa é que as conversas aconteçam ainda este mês. Caso seja aprovado, o projeto terá que seguir para a Casa Civil e, na sequência, para a apreciação do Congresso Nacional. Após a criação das novas vagas, o preenchimento das mesmas por meio de concurso dependerá de autorização do Planejamento.
Orgulho de fazer parte da Polícia Federal
O cargo de agente administrativo, para o qual a Polícia Federal planeja concurso para mais de 300 vagas, é comum a diversos órgãos, não só do governo federal, mas também de outras esferas. Mas engana-se quem pensa que exercer a função na PF é a mesma coisa que exercê-la nos demais.
Aprovado no último concurso do departamento para o cargo, realizado em 2004, Paulo Jorge Corrêa dos Santos, de 46 anos, é um dos que podem dar a dimensão do que representa essa verdadeira missão. "Eu tenho orgulho de ser da Polícia Federal", ressaltou o servidor, que percorreu um longo caminho até chegar à corporação.
Surfista amador, Paulo Jorge foi dono de uma conhecida marca de surfwear (que está sendo retomada pelo filho), entre as décadas de 80 e 90, no Rio de Janeiro, e trabalhou na Light - fornecedora de energia elétrica no Estado do Rio - e como escrevente em um cartório em Nova Iguaçu. "No cartório eu tinha até uma segurança, mas não tinha certeza quanto ao futuro", contou.
A estabilidade proporcionada pelo cargo, além da possibilidade de trabalhar em uma instituição como a PF, acabaram atraindo o ex-empresário. "Lembro também que o custo era muito pequeno", disse, referindo-se ao valor da taxa de inscrição, que foi de apenas R$18 para o cargo, naquela ocasião.
Três provas por semana - Paulo Jorge relatou a dificuldade que precisou superar para conseguir se preparar adequadamente, devido à falta de tempo. "Eu chegava do trabalho às 21h e estudava até meia-noite, além de sábado e domingo. Tinha muita disciplina, mesmo cansado eu estudava", afirmou ele, acrescentando que nos fins de semana chegava a estudar até seis horas por dia.
Outra adversidade, segundo o servidor, foi não ter como frequentar curso preparatório, substituindo as horas em sala de aula pelo estudo a partir de livros, apostilas e sites especializados. "Fazia muitas provas anteriores. Toda semana fazia no mínimo três", disse.
Na hora da prova, ele afirma que teve mais facilidade nas questões de Atualidades, tanto pelo fato de ter se preparado bem para a disciplina - ouvindo as rádios de notícias e lendo revistas e jornais - como por possuir formação superior em Geografia e História (além de pós-graduação em Docência em Ensino Superior), o que para ele contribuiu bastante. Já as questões consideradas mais difíceis foram justamente aquelas sobre temas dos quais não havia conhecimento prévio, como as que tratavam de arquivamento e documentação.
Atenção às operações policiais - Uma das dicas do agente administrativo para quem está se preparando para o novo concurso é ficar de olho nas operações realizadas pelo departamento. Ele lembrou que em uma questão da prova de 2004 era necessário reconhecer como certa ou errada uma referência a três operações deflagradas pela PF: Anaconda, Gafanhoto e Vampiro. "Achei que uma delas era pegadinha. Se eu tivesse marcado certo, teria me classificado em terceiro. Se tivesse deixado em branco, em sexto. Mas como errei, fiquei em vigésimo", conta ele, demonstrando a importância de cada acerto na prova.
Paulo Jorge afirma que o dia a dia no cargo é tranquilo, porém requer muita responsabilidade, seja pela relevância das funções para o desenvolvimento da atividade-fim do departamento, seja pela importância dos dados a que os servidores administrativos da PF têm acesso.
Em função disso, ele afirma que apesar das melhorias conquistadas nos últimos anos, ainda há muito a ser feito pela categoria. Um dos pontos fundamentais seria a reestruturação do plano de cargos, que vem sendo pleiteada pela categoria (há projeto nesse sentido em análise no Ministério do Planejamento) e que abriria inclusive a possibilidade de negociação de melhorias salariais.
Para ele, aqueles que ingressarem no departamento por meio do novo concurso para agente administrativo irão encontrar uma Polícia Federal cada dia mais atenta às demandas dos servidores da área de apoio. "A tendência da PF é cada vez mais dar mais condições de trabalho e financeiras aos servidores", avaliou.
1 comentários:
Perfeito o site. PARABENS!
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