BC: para chefe do Departamento de Pessoas, há demanda urgente de servidores

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O grande número de aposentadorias previstas para ocorrer até 2014 no Banco Central - 43% dos 4.800 funcionários, o que representa 2.064 empregados - não desanima o chefe do Departamento de Pessoas da instituição, José Clóvis Batista Dattoli, conforme afirmou em entrevista exclusiva à FOLHA DIRIGIDA. Embora classifique o quadro como "preocupante", o otimismo do representante do banco é baseado na crença de que o governo Dilma seguirá a mesma linha do anterior.

"O governo anterior atendeu a nossa necessidade. Fizemos uma recomposição parcial das perdas muito importante, com o ingresso de 520 novos servidores. Já deu uma boa aliviada. Temos encaminhado vários expedientes para o Ministério do Planejamento, e, em breve, vamos voltar a conversar. Temos um grande volume de perdas e o Banco Central não pode paralisar as atividades. A situação é preocupante, por isso, esperamos que o governo tenha condições de aprovar a continuidade. Minha expectativa é positiva", assinala Dattoli.

De acordo com o chefe do Departamento de Pessoas do Banco Central, o fortalecimento do quadro de pessoal ocorrerá por dois caminhos: mais convocações oriundas das últimas seleções, abertas em 2009, e realização de novos concursos.

"Primeiro, temos uma reposição, que é a complementação dos concursos anteriores, ou seja, chamar o pessoal dentro da margem de 50% além do número aprovado anteriormente que a lei permite. Esse percentual representa mais 260 pessoas. Aí, na sequência, vamos continuar negociando para ver se, até 2012, conseguimos fazer um novo certame. Entendemos que, até 2012, teremos que realizar um novo concurso", conclui, ressaltando a importância dos futuros candidatos iniciarem os estudos com antecedência.

FOLHA DIRIGIDA - Que avaliação faz da política de gestão de pessoas do Banco Central ao longo do segundo mandato do presidente Lula, sobretudo no que diz respeito à recomposição do quadro de pessoal?

José Clóvis Batista Dattoli - Dentro das possibilidades, atendeu a nossa necessidade. Fizemos uma recomposição parcial das perdas muito importante, com o ingresso de 520 novos servidores. Já deu uma boa aliviada. São 500 analistas e técnicos e 20 procuradores. Todos tomaram posse. A maioria entrou em agosto de 2010 e, o restante, ao longo dos outros meses. O pessoal está muito bem preparado, os concursos estão cada vez mais rigorosos. Eles entraram e ficaram um período fazendo ambientação, participando de capacitações.

Mesmo com as mudanças ocorridas na gestão do Banco Central com o governo Dilma Rousseff, acredita que a política de recomposição de servidores permaneça na mesma linha do governo anterior?

Espero que sim. Temos encaminhado vários expedientes, nos últimos anos, para o Ministério do Planejamento, e, em breve, vamos voltar a conversar. A situação do Banco Central é peculiar. Temos um grande volume de perdas e o Banco Central não pode paralisar as atividades pelo que representa para a sociedade. Ocorrem muitas aposentadorias. Até 2014, deverão se aposentar 43% dos servidores. Em 2011, podem sair quase mil servidores por aposentadoria. Consideramos os que vão adquirir condição de aposentadoria e os que já podem. Em 2010, saíram cerca de 330 por aposentadorias. A situação é preocupante, por isso, esperamos que o governo tenha condições de aprovar a continuidade. Primeiro, temos uma reposição, que é a complementação dos concursos anteriores, ou seja, chamar o pessoal dentro da margem de 50% além do número aprovado anteriormente que a lei permite. Esse percentual representa mais 260 pessoas. Isso vai desafogar e será um processo mais rápido, pois não precisará ser feito novo concurso. Aí, na sequência, vamos continuar negociando para ver se, até 2012, conseguimos fazer um novo certame. O quadro atual tem 4.800 pessoas.

Que expectativa o Banco Central tem com a nova ministra do Planejamento, Miriam Belchior?

Novo servidor implica em maior gasto corrente e impacto orçamentário. Obviamente que o assunto não é simples, há várias implicações. Mas minha expectativa é positiva, porque a situação do Banco Central é por todos conhecida e nós temos uma posição bem defensável.

Já é possível sentir o reflexo da chegada dos servidores que ingressaram por meio do último concurso do banco, aberto em 2009?

Eles estão em um processo muito bom de adaptação. Percebemos que estão satisfeitos. O nível de satisfação das unidades que os receberam foi altíssimo. Conseguimos fazer o concurso dentro dos prazos, com o cumprimento do cronograma. Todo mundo está trabalhando com base no próprio currículo de conhecimentos e experiências.

As vagas foram muito pulverizadas nos estados. Como está a situação do quadro de pessoal nesses locais?

Tem gente envelhecida e aposentadorias em todo lugar. Não há nenhuma unidade que esteja imune desses problemas. Como nós lidamos com a perda de pessoal em todo lugar, novos servidores ingressaram no país inteiro. Houve uma quantidade proporcionalmente menor no Rio de Janeiro, por exemplo, porque há uma mobilidade interna muito grande das outras praças para lá. Ela estava relativamente bem atendida. A gente faz concorrências internas e muita gente tem vontade de voltar para o Rio. Ela é uma praça sempre melhor atendida que as outras. Proporcionalmente, o número de novos servidores que entraram no Rio foi menor que em São Paulo. A validade desse concurso expira em junho de 2011, podendo ser prorrogada por mais um ano.

Em que situação está o pedido no Planejamento para a convocação de mais 50% dos aprovados além do número de vagas do último concurso?

A nossa expectativa de mais convocações permanece mesmo com a mudança de governo, porque, tradicionalmente, essa solicitação é autorizada para quase todos os órgãos públicos. Seriam 260 vagas. A expectativa é boa. Este ano, resolveremos isso.

Como estão as negociações para a autorização de um novo concurso para técnico, analista e procurador?

Continuamos pedindo esses concursos, mas isso vai demorar um pouco mais. Primeiro, vamos conseguir os 50% para estabilizar um pouco a força de trabalho. O restante é um planejamento de longo prazo, até 2014. A solicitação está lá. Periodicamente, reforçamos o pedido.

Segundo o Sindicato dos Funcionários do Banco Central (Sinal), é importante que a autorização para um novo concurso seja concedida já em 2011, tendo em vista a grande necessidade que o banco possui de fazer frente à saída de servidores. Espera que o governo Dilma seja sensível a essa demanda?

O Sinal está acompanhando e ele tem preocupação com o funcionamento do banco. Para cumprirmos nossa missão, precisamos de pessoal. É uma preocupação que a administração também possui. Entendemos que, até 2012, teremos que realizar um novo concurso. Se considerar o aumento de 50% das vagas, que representa 260, é quase um concurso novo. Existem seleções de outros órgãos, com 150 vagas. Esses 50% dão uma aliviada para 2011, pois repõem perda prevista nos primeiros meses.

O ideal seria que a autorização saísse em 2011 em vez de 2012?

A autorização pode sair, mas aí, de toda maneira, o concurso não seria realizado em 2011, porque não teríamos condição de fazê-lo. Primeiro, temos que resolver o ingresso do concurso anterior. Tem uma segunda etapa para analista, que ainda está pendente de ser realizada. Não fizemos a reserva técnica completa. Estávamos prevendo realizar essa etapa em abril, já com a autorização do Planejamento para 50% a mais. A admissão dessa turma dura dois meses. Isso, então, avança para maio, junho e julho de 2011. E aí, até organizar novo concurso, com base em nova autorização, ficaria provavelmente para o início de 2012. Trabalhamos com esse calendário.

Os interessados em participar do próximo concurso devem iniciar a preparação o quanto antes, tendo em vista o rigor que o banco precisa impor em suas seleções e também o alto nível dos candidatos que costumam buscar essas oportunidades?

Claro. A gente vai continuar precisando de gente em todas as áreas, apesar da perda se concentrar nas áreas de Administração e Supervisão. A preparação para um concurso não leva menos do que um ou dois anos. O candidato tem que continuar estudando e aguardando a nova rodada de concursos do banco.

Existe um projeto para transformar o requisito do cargo de técnico em nível superior, o que vem sendo questionado por muitos candidatos que possuem o nível médio. Em que fase essa proposta se encontra? Por que elevar o nível de escolaridade?

Está no Ministério do Planejamento para encaminhamento de projeto de lei, mas não consta que tenha sido encaminhado ao Congresso. A responsabilidade está com o Congresso ou com a Secretaria de Recursos Humanos do Planejamento, mas parece que o assunto, no âmbito do Poder Executivo, já estaria resolvido. Isso é o que temos de notícia, não posso assegurar. Não sei o nível de articulação parlamentar em relação a esse assunto. A mudança da escolaridade é uma discussão que existe há muito tempo. Todo mundo que entra já tem nível superior. O nível de exigência e de sofisticação das atividades do Banco Central, mesmo tendo dois cargos diferentes, requer, de um modo geral, formação superior. Grupos de trabalhos daqui e a própria Secretaria de Recursos Humanos entenderam que, no caso do Banco Central e de outros órgãos, é para ser exigido nível superior para ingresso. O Banco Central vai acompanhar esse movimento, mas isso depende de aprovação do projeto de lei.


Fonte : Folha Dirigida



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