TRT-RJ: previsão de convocação além das vagas

sexta-feira, 4 de março de 2011

Com política regular de concurso público e, em especial, notável atuação voltada para a agilidade da justiça, o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro) tem se destacado como um órgão de excelência na prestação de serviços à população. A nova seleção, que visa ao fortalecimento do corpo funcional da instituição, tem gerado bastante expectativa por parte dos candidatos. À frente da
comissão de concurso, o desembargador Cesar Marques Carvalho concedeu entrevista à FOLHA DIRIGIDA, na qual ressaltou a importância da reoxigenação dos quadros.


O reforço de mais 63 profissionais, na visão do desembargador, trará bons resultados, no entanto, ainda não é o quantitativo ideal. Um bom exemplo é a área de Tecnologia da Informação, com a oferta de 30 vagas. "O Conselho Nacional de Justiça identificou que o ideal seria ter, no mínimo, 130 funcionários na área de TI para que o setor ficasse num patamar confortável. Com a realização desse concurso, entrarão mais 30, além dos 60 que já temos, mas, com certeza, precisaremos de muito mais", destacou.

Passo a passo, o TRT-RJ vai galgando mais cargos. Prova disso é o projeto de lei, que, atualmente, tramita no Tribunal Superior do Trabalho, visando à criação de mais 238 vagas e 12 varas do Trabalho. Se aprovado o projeto, o desembargador acredita que mais convocações serão feitas.

FOLHA DIRIGIDA - Qual a importância da reoxigenação dos quadros do TRT-RJ?
Desembargador Cesar Marques Carvalho - O tribunal, desta vez, resolveu fazer um concurso diferenciado dos demais. Antigamente, os concursos eram para as áreas de técnico e analista e, depois, é que os aprovados eram direcionados às funções. Agora, não. Se resolveu fazer concurso para áreas específicas por dois motivos. O primeiro é que, em se tratando de áreas especializadas, é melhor que tenham pessoas especializadas naquela área do que ter alguém que seja contratado e meramente treinado para aquela área. Quando se faz um concurso especializado, a pessoa, além de vir com aquela especialização, já sabe em que será utilizada. Muitas vezes, o funcionário tinha curso de Odontologia ou Medicina e, quando chegava no tribunal, acabava sendo utilizado na área judiciária. Isso gerava uma desmotivação para o funcionário e, ao mesmo tempo, era também um desperdício, porque aquele profissional poderia estar sendo aproveitado em outra área. Com essa especialização, nem as pessoas poderão simplesmente ser deslocadas para outra área como também é uma forma de se utilizar melhor essa mão de obra. Todos esses perfis têm que estar ligados à finalidade do tribunal, que é prestar o trabalho jurisdicional, envolvendo diversos setores, para que esse serviço seja efetivamente concretizado. Quando tratamos de Tecnologia da Informação, embora seja uma área intermediária, é uma área fundamental tanto para o público interno quanto para o externo, justamente porque é ela quem faz toda a ligação da área judiciária com o público que aguarda a prestação jurisdicional.

Inclusive, a área de Tecnologia da Informação é a que traz a maioria das vagas. Na sua avaliação, é o setor que apresenta a maior carência de profissionais?
A tendência natural é que o processo seja eletrônico. A Justiça no Brasil, em alguns anos, será totalmente eletrônica. Em razão disso, a área de TI tem se desenvolvido com uma rapidez muito grande, o que torna cada vez mais necessário que se tenha profissionais capacitados nessa área. O Conselho Nacional de Justiça identificou que o ideal seria ter, no mínimo, 130 funcionários na área de TI para que o setor ficasse num patamar confortável. Com a realização desse concurso, entrarão mais 30, além dos 60 que já temos, mas, com certeza, precisaremos de muito mais. Muitos ficaram preocupados que o processo eletrônico viesse a reduzir o número de servidores necessários em cada unidade judiciária, mas temos observado os locais que já têm o processo eletrônico implementado e está acontecendo o contrário. Na verdade, o que se precisa é cada vez mais de mão de obra mais especializada. O processo eletrônico não irá gerar uma redução de pessoas e, sim, um reordenamento dos servidores para funções que são muito mais especializadas.

Qual a sua avaliação em relação ao quantitativo de vagas ofertado? Esse número irá suprir a carência do tribunal?
Esse é o número possível no momento. Isso não significa que, a partir da criação das novas varas, nós não tenhamos a necessidade de mais servidores. Nós não podemos esquecer também que no TRT da 1ª Região, por ser o Estado do Rio de Janeiro, ou seja, com grande parte da economia vindo para o estado, a tendência é que, cada vez mais, a necessidade aumente. Temos como exemplo os municípios de Itaboraí, Cachoeiras de Macacu e São Gonçalo, que estão recebendo um grande volume de empresas. Resende e Volta Redonda também estão com um fluxo industrial muito grande. Em resumo, todo esse crescimento da economia irá gerar a necessidade de mais varas, bem como de postos avançados. Em razão da demora do Legislativo, nós temos procurado criar os postos avançados, que são instalados em locais em que a vara é um pouco mais longe. Como o próprio tribunal pode criar esses postos, sem precisar do Legislativo, fica mais fácil. E, claro, que esses postos demandam remanejamento de pessoal e, com isso, a necessidade de mais servidores se amplia.

O TRT-RJ tem por tradição superar o número de convocações previsto em edital. No atual concurso, a tendência é que seja seguido o mesmo modelo?
Há um projeto de lei, que está sendo encaminhado, que visa à criação de 238 vagas, bem como 12 varas. Se aprovado, haverá a possibilidade de chamar mais pessoas.

Em relação ao cargo de técnico judiciário na área de Segurança, quais são as especificidades dessa seleção?
O perfil de segurança, como era visto antigamente, está sendo mudado. O novo perfil, que está sendo pedido nesse concurso, exige um conhecimento maior na área jurídica, além de uma metodologia de abordagem diferente dos outros concursos. Todo esse conhecimento é uma questão de tratamento das pessoas que frequentam o tribunal, já que o órgão recebe pessoas de todos os níveis. Então, por isso, foi dada uma atenção especial à forma de tratamento.


Quanto à lotação dos aprovados, o que senhor pode adiantar? Já há alguma definição?
Essa lotação depende muito do cargo. Nós temos a área de Arquivologia, que oferece duas vagas, em que os funcionários deverão ser lotados na capital, basicamente porque os arquivos ficam aqui ou em Niterói. Embora haja a ideia de que a função de arquivista está fora do contexto, definitivamente não está, porque nós temos a obrigatoriedade da preservação de documentos e de arquivos ambientados. O trabalho do arquivista é intenso, mesmo porque o volume de arquivos é muito grande dentro do tribunal. Com relação à Estatística, a lotação também será na capital, justamente porque é onde se concentram os órgãos que controlam o desenvolvimento institucional, que fazem as pesquisas e que estabelecem os graus estatísticos a respeito do crescimento e das necessidades do
tribunal. Quanto à Medicina, seja ela na especialidade geral, do Trabalho ou Cardiologia, a programação é que todos sejam lotados na capital. Mas isso não significa que, em determinada circunstância, o profissional não se desloque até determinada localidade, como, por exemplo, Volta Redonda ou Campos, dependendo da necessidade de inspeção. A Cardiologia trata de uma atenção muito mais específica, assim como a Psicologia, porque temos a necessidade do atendimento ao público em geral, que passa mal durante as audiências. Os próprios seguranças têm treinamento para primeiros socorros. Na área de Psicologia, há ainda uma ressalva, porque esse profissionais trabalham mais com o atendimento dos próprios servidores. Alguns precisam de acompanhamento. Para um tribunal que tem uma média de 3 a 4 mil servidores, é um volume muito grande. Já a área de Serviço Social abrange tanto o atendimento ao servidor quanto o atendimento em determinados programas que o Judiciário tem feito para a população em geral. Quanto aos profissionais de Tecnologia da Informação, uma parte ficará na capital e a outra será itinerante, porque é preciso fazer as instalações, as verificações. A parte da área de Segurança é mais diversificada, mas há intenção que as lotações sejam feitas de acordo com os locais de origem dos candidatos. De qualquer forma, a lista de classificação é que ordenará a lotação. O primeiro colocado sempre terá prioridade em relação aos demais.

Como será feito o treinamento dos novos servidores?
Haverá um curso de ambientação para todos aqueles que forem chamados. Com relação à área de Segurança, com mais razão ainda, porque há setores específicos da área que nem todo o pessoal da área judiciária, propriamente dita, atua. Os seguranças terão também algum treinamento de defesa física, além de conhecimentos em relação às situações de emergência, como, por exemplo, a evacuação do prédio. Durante o treinamento, todos serão remunerados.

Com o concurso de 2008 e o atual, o TRT-RJ completa seu quadro de cargos ou há previsão de outra seleção para este ano?
Estamos no limite das nossas vagas, já que, juntando os dois concursos, oferecemos todas as especialidades de técnico e de analista. Por enquanto, ainda não há programação de novo concurso para este ano. No entanto, nós não podemos esquecer que está havendo um volume muito grande de aposentadorias, porque na medida em que se avança tecnologicamente, as pessoas com mais idade ficam um pouco perdidas e acabam saindo. Por isso, é muito importante que o tribunal mantenha essa política de concursos regulares e, dessa forma, com o decorrer das aposentadorias, o quadro possa ser preenchido com alguém que esteja no cadastro.


Fonte : Folha Dirigida



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