Segundo o diretor de Relações do Trabalho da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Francisco Sabino, a Polícia Federal (PF) precisa dobrar o efetivo existente nas fronteiras brasileiras, que é hoje de 868 policiais, segundo relatório da própria federação. "É preciso, no mínimo, o dobro. E um trabalho permanente e conjunto", destacou o sindicalista. Para atingir o quantitativo apontado, seria necessário, portanto, chegar a 1.736 policiais lotados nas regiões de fronteira.
A PF aguarda a autorização do Ministério do Planejamento para a realização de concursos para 1.024 vagas em cargos policiais. Foram pedidas 396 vagas para agente, 362 para escrivão, 150 para delegado e 116 para papiloscopista. Com exceção de delegado, para o qual é exigido o bacharelado em Direito, os cargos têm como requisito o ensino superior completo em qualquer área. As remunerações iniciais são de R$13.672 (delegado) e R$7.818 (demais), já com o auxílio-alimentação, de R$304.
Segundo informou, em junho, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, os aprovados serão lotados exatamente nessas regiões. "Quem ingressar no concurso terá sua lotação na fronteira." A declaração foi dada durante o lançamento do Plano Estratégico de Fronteira, quando o ministro também anunciou a ampliação do efetivo por meio de concursos. Após isso, o Ministério da Justiça informou que as negociações com o Planejamento foram intensificadas, mas, até o momento, não foi dada previsão de quando as seleções serão autorizadas. "Até agora, foram apenas palavras", criticou Sabino.
De acordo com o diretor da Fenapef, a partir da segunda quinzena de agosto, o sindicato deverá se reunir com o ministro José Eduardo Cardozo, tendo a realização dos novos concursos como um dos temas a serem discutidos no encontro.
Em conjunto com os sindicatos estaduais da categoria, a Fenapef redigiu um manifesto sobre a segurança nas fronteiras, reivindicando ações a curto e médio prazos, entre elas, a realização de concursos tanto para a área policial quanto para a área administrativa do departamento.
Para a área de apoio, a PF solicitou ao Planejamento permissão para a abertura de concurso para 328 vagas de agente administrativo, cargo de nível médio, com remuneração inicial de R$3.203,97 (incluindo o auxílio de R$304). A pasta analisa ainda um pedido de reestruturação da carreira administrativa, que prevê a criação de 3 mil vagas, sendo 2 mil de técnico-administrativo e mil de analista técnico-administrativo.
Além do Planejamento, a proposta precisar ser aprovada pela Casa Civil e Congresso Nacional antes de ser sancionada. Após a criação das vagas, caberá novamente ao Planejamento autorizar a realização de concursos para o provimento delas.
Fonte : Folha Dirigida
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