TRF-RJ/ES: candidatos cobram informações sobre o concurso

domingo, 20 de novembro de 2011

Tanto especialistas quanto futuros candidatos do já confirmado concurso para o quadro técnico-administrativo do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, que abrange os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, esperam que o órgão adote o mais rápido possível a linha de transparência na seleção, que tem a Fundação Carlos Chagas (FCC) como organizadora definida.

Embora o edital já esteja sendo elaborado, ainda não foi dada nenhuma previsão oficial de divulgação do documento por parte do TRF e da organizadora. Entretanto, fontes informam que o edital poderá sair em dezembro, tendo em vista o iminente término da validade do concurso de 2007 (21 de dezembro e 15 de janeiro próximos, conforme o cargo).

Independentemente dessa burocracia, a orientação dos especialistas é que os interessados mantenham o foco nos estudos, já que o concurso proporciona diversos atrativos, como estabilidade empregatícia (regime estatutário), remunerações (até R$7.181,52) e benefícios (vale-transporte, auxílio-creche, assistência médica-hospitalar, incluindo dependentes, e possível adicional de qualificação).

De acordo com o especialista em concursos Alexander Ruas, a divulgação de informações é imprescindível para o candidato, mas esse fator não pode tirar o foco. "A questão principal é que afeta o processo seletivo. O concorrente tem que ter informação para se preparar. A falta de informações é ruim para o processo seletivo. É uma reação em cadeia: o candidato não se prepara tão bem sem as informações, a seleção fica comprometida, o tribunal ganhar servidores menos preparados e a sociedade sai prejudicada", diz.

E completa: "Tinha que ser dada mais atenção para esse concurso, que é um dos mais atraentes e concorridos da esfera federal. Além disso, o órgão trata a Justiça, então nada mais justo que as informações sejam divulgadas. Mas, apesar dos problemas, os candidatos devem continuar estudando com afinco".

A boa notícia é que o concurso poderá ser disputado por concorrentes de todos os níveis, pois, segundo a Secretaria de Recursos Humanos do órgão, haverá formação de cadastro de reserva para auxiliar (fundamental), técnico (médio) e analista (qualquer superior) judiciários da área administrativa (sem especialidade). As remunerações, de R$2.618,19, R$4.623,09 e R$7.181,52 (respectivamente) incluem vale-alimentação de R$630.

Outro atrativo é que o TRF costuma convocar muitos aprovados. No último concurso, feito em 2007, sob organização da própria FCC, foram abertas 11 vagas, mas já foram nomeados 849 servidores (120 no Espírito Santo e 729 no Rio de Janeiro).




Conheça as especialidades de técnico e analista

De acordo com a Secretaria de Recursos Humanos do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-RJ/ES), as demais especialidades dos cargos de técnico e analista judiciários serão abertas. Haverá oferta de vagas iniciais, em carreiras sem concurso em validade, e formação de cadastro de reserva, nas demais áreas. Desse modo, concorrentes com nível médio/técnico e superior em áreas como Direito, Engenharia e Medicina poderão ser beneficiados.



Silêncio afeta toda a sociedade

A polêmica em torno da falta de informação sobre a previsão de divulgação do edital da seleção para auxiliar, técnico e analista do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, que contempla o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, foi abordada por especialistas em concursos públicos e pelo presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), Ernani Pimentel.

De acordo com eles, além de trazer prejuízos aos futuros candidatos, a ausência de notícias sobre o cronograma é maléfica para o processo do concurso em si e para o próprio tribunal, que busca recrutar servidores bem preparados. Desse modo, a própria sociedade, que é atendida pelo serviço público, pode ser afetada.


Ernani Pimentel - presidente da Anpac

"Quanto mais cedo o candidato pode se preparar, melhor para o órgão, porque vai ter pessoas mais bem preparadas. Portanto, o TRF terá condições de selecionar concorrentes mais condizentes com os conhecimentos que são exigidos nos cargos. Então, é importantíssimo para os órgãos que, quando falem da abertura de um concurso, já mostrem, pelo menos, quando será a prova e qual será o programa. O candidato não perde nada com isso e a instituição só ganha divulgando essas informações. Depois, o órgão pode perder tempo para organizar o edital. Mas as datas de divulgação do edital, da prova e a matéria a ser estudada deveriam ser divulgadas o mais cedo possível, nunca com menos de 120 dias do exame. Desse modo, haverá tempo para o candidato estudar. Essa é a opinião da Anpac. O que o aluno precisa é a matéria e saber quanto tempo vai ter para estudar, apenas isso. A falta de informação faz com que o órgão tenha candidatos menos preparados e, assim, ele e a sociedade acabam perdendo."

Carlos Eduardo Guerra - especialista em concursos públicos

"O administrador público tem que ter consciência de que hoje o concurso público lida com muita gente. São milhares de pessoas envolvidas. Então, o administrador público precisa ser o mais transparente possível. A informação de previsão de edital é essencial para que as pessoas se preparem. Essa é a crítica que faço ao administrador. É preciso que ele saiba que o número de candidatos é muito grande, ainda mais nesse concurso do Tribunal Regional Federal. Ele está na casa de centenas de milhares. Esse administrador tem que ter consciência disso, da função que ele representa no certame. Por outro lado, quero dizer ao candidato para que isso não sirva de desânimo, porque tem que estudar. Ele tem que estar alheio a essa data de divulgação. É óbvio que ela ajuda no planejamento, mas, de qualquer maneira, ele tem que estudar e fazer a parte dele, porque, quando o edital sair, terá de estar preparado. Quanto melhor estiver preparado o concorrente, melhor o órgão público estará atendido."

Paulo Estrella - especialista em concursos públicos

"Por um lado, é sinal de que o edital não vai ser feito de maneira corrida, vai levar um tempo para ser montado. E esse tempo a mais é a garantia de mais tempo de estudo para o candidato. Se fosse tudo feito a toque de caixa, haveria menos tempo para estudar. Saiu a banca, e isso é um grande sinal. A Carlos Chagas trabalha com questões relativamente simples e valoriza a memorização. O candidato, sabendo que o edital pode sair a qualquer momento, tem de cair dentro dos estudos e acelerar o processo de preparação, como se a prova fosse aplicada daqui a dois meses. Mas a falta de previsão de divulgação do edital é ruim porque, se o TRF se recusa a dar uma previsão, é sinal de que o processo está bem no início. O candidato, sabendo quando sai o edital, se prepara melhor. Isso é bom para ele, para o órgão e para a sociedade. Quanto mais cedo o órgão define, mais tempo o participante tem, e isso é bom para o serviço público. Caso contrário, o concorrente não tem o tempo para dividir a programação e, se ele superestima o prazo, corre o risco de não estudar alguma disciplina."

Rosangela Cardoso - especialista em concursos públicos

"O grande problema é a instabilidade que causa ao candidato, o qual não se prepara bem sem o conteúdo específico. A grande preocupação é essa: que o candidato fique mal preparado, interferindo assim na avaliação. O concurso do TRF atrai muitos candidatos, e precisa de uma atenção especial. Sabendo o tempo de divulgação do edital, mesmo que seja uma previsão, o candidato pode planejar melhor o estudo e fechar uma grade de programação com um tempo delineado para cada matéria. É lógico que é preciso estudar independentemente dessa situação. Contudo, estudando focado nos tópicos específicos do concurso, o candidato tem um aproveitamento melhor, o que refletirá na hora da prova, e desta forma o tribunal e a sociedade ganham com um servidor mais qualificado e eficiente na prestação do serviço público. Independente de divulgação de cronograma, o candidato tem como base o último edital, o que ajuda bastante. Em relação aos conteúdos referentes às legislações, é necessário estar atento às atualizações até a data da publicação do edital".

Alexandre Lopes - especialista em concursos públicos

"Defendo o máximo possível de transparência. Quando o órgão antecipa a banca organizadora de um concurso, é um bom indicador para quem estuda. O candidato da seleção para o TRF sabe que será a Fundação Carlos Chagas. O ideal seria divulgar o conteúdo programático porque, embora seja a mesma organizadora do concurso anterior, há sempre alterações. A FCC organizou a última seleção para o TRF da 1ª Região, que teve diferenças em relação ao último concurso do TRF da 2ª Região. A falta de informações é ruim e, por isso, a reivindicação do prazo para antecipação do programa é legítima. Ruim, na verdade, é o conjunto de incertezas: previsão de edital, divulgação do conteúdo programático e datas de aplicação das provas. É o contrário do que fez o ministro da Previdência, que anunciou, em outubro, que o edital do INSS sairá em 23 de dezembro. Centenas de milhares de candidatos têm que elaborar o plano de estudo. A falta de informação prejudica a legitimidade do processo de seleção. Mas, independentemente das regras do jogo, o papel do candidato é estudar até passar".

Wilson Granjeiro - especialista em concursos públicos

"A banca organizadora, Fundação Carlos Chagas, já foi contratada e, após esse passo, o órgão deve dar publicidade e divulgar a previsão de divulgação do edital. Caso contrário, será desonesto com o candidato, que é prejudicado. A falta de informações prejudica a inscrição das pessoas, pois pode diminuir o quantitativo de concorrentes. Desse modo, quem perde também é o contratante, no caso o Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Sou a favor da divulgação das informações para os veículos de imprensa, pois os leitores são futuros candidatos e potenciais servidores do órgão. Como professor de administração pública e aprovado em oito concursos públicos, acho essa postura um absurdo. Inclusivo, luto pela moralização dos concursos no Congresso Nacional, pois coordeno um movimento em prol de dois projetos de lei. Um estabelece regras para as seleções e o outro altera o Código Penal, considerando crime as fraudes nos concursos públicos. Os concursos precisam ser levados mais a sério".

Fonte : Folha Dirigida



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