Preparação: Largar o emprego para se dedicar aos estudos exige planejamento

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Passar em um concurso público depende, fundamentalmente, da dedicação aos estudos. Mas, na estratégia traçada por alguns concurseiros há uma espécie de prova prévia, de base matemática. Trata-se do planejamento financeiro. A cada ano, centenas, milhares de pessoas fazem uma opção tão ousada quanto arriscada. Programam uma poupança, juntam o famoso 'pé de meia', e saem do emprego. Jogam tudo para o alto. Param de trabalhar para dedicar-se apenas aos estudos. Para alguns essa é mesmo a melhor forma de alcançar o objetivo final - a classificação na vaga desejada. Uma operação que pode ter saldo final positivo, mas cuja execução exige muitas contas - sob pena de acabar reprovado no concurso. E, pior do que isso, com o saldo bancário perigosamente mergulhado no vermelho... O concurseiro que não conseguir equilibrar as contas estará sempre em desvantagem em relação aos candidatos com a vida financeira equilibrada. Para fazer essa opção é necessário saber quais são os gastos mensais e ter atenção com imprevistos possíveis de serem enfrentados no caminho. Estabelecer um plano de voo, ou seja, ser capaz de mensurar por quanto tempo é possível manter-se com o dinheiro guardado. E, nesta fase, economizar em tudo - menos nos estudos. A FOLHA DIRIGIDA conversou com o fundador da MoneyFit Educação Financeira Antonio de Julio. Nesta entrevista ele fala sobre a importância do equilíbrio financeiro no desempenho dos candidatos, e como deve ser feito o planejamento antes de abandonar o trabalho para dedicar-se somente à nobre causa do estudo. Será este um modelo válido de preparação para você? Descubra a seguir: FOLHA DIRIGIDA - Quais cuidados devem ser tomados por quem resolver parar de trabalhar para dedicar todo seu tempo e energia aos estudos? Antonio de Julio - Largar tudo e estudar para um concurso público é como abrir uma empresa. Quando é feito um investimento em uma empresa, espera-se que ela gere lucro, enquanto isso não ocorre é necessário ter um fluxo de caixa para se manter. O que é preciso compreender é que as coisas podem dar errado, é preciso ter outra alternativa, porque é uma corrida contra o tempo, o candidato tem essa reserva financeira que irá durar apenas por um período. Então ele tem que passar neste prazo. O primeiro passo do candidato é readequar o seu padrão de vida, quanto menor forem os gastos, mais tempo ele irá conseguir sobreviver na tentativa de passar em um concurso. Aliado a isso vem a economia de gastos, gastar o menos possível, só com coisas realmente importantes. É preciso alongar o dinheiro o máximo possivel. O planejamento deve ser feito com antecedência? Sim, é importante que a pessoa se prepare. Um ponto que ela deve observar é como ficará a empregabilidade dela caso não passe. Quais contas devem ser feitas? Antes de abandonar tudo, a pessoa deve saber o quanto ela custa por mês. Sabendo quanto custa, saberá o valor necessário que terá de economizar. É necessário fazer uma reserva financeira, é o capital de giro. Por exemplo, se meu gasto mensal para me sustentar é de R$2.500, e pretendo me dedicar aos estudos por dois anos... Quanto preciso ter guardado com segurança para este período de estudos? O valor mínimo é R$60 mil. Porém, podem ocorrer imprevistos, gastos inesperados... Então, é preciso avaliar tudo isso. É preciso fazer uma análise do custo fixo, e tentar diminuir os custos variáveis. É bom ter uma margem de erro nesse valor, algo em torno de 10% - o que daria R$6 mil. Esse dinheiro não deve ser investido em aplicações financeiras, não pode ser aplicado na Bolsa, porque é muito arriscado. Ele deve ser deixado em uma renda fixa, onde seja possível fazer saque rápido. Afinal, é um dinheiro para curto prazo. Existe um prazo ideal para que a pessoa se dedique apenas aos estudos? Eu acredito que dois anos é um prazo bom. Hoje em dia existem concursos públicos onde temos uma concorrência maior que no vestibular de Medicina da USP. Quase todas as seleções estão muito concorridas, não é fácil entrar... A pessoa tem que se dedicar muito e não existem garantias de que conseguirá entrar dentro do prazo. Novamente, ela tem que entender o seguinte: caso o plano não saia como o esperado, ela deve ter em mente o que irá fazer da vida, é necessário ter um plano "B". O prazo também varia conforme a idade do candidato; com 20 anos ele tem maiores chances de voltar ao mercado, algo que já não acontece com quem tem 40. O senhor indica que as pessoas abandonem seus empregos e se dediquem aos estudos na tentativa de passar em um concurso? Quais são os grandes riscos? Tudo na vida é arriscado, a pessoa deve arriscar, eu acho válido. Sem risco não há retorno, a vida prova isso a todo instante. O conselho que eu dou é para a pessoa ficar atenta, pois pode dar errado. Porém, se o estudante tiver focado, ele deve fazer isso mesmo, sempre ciente dos riscos. Para quem tem foco e determinação, este é um bom caminho. O grande risco é a concorrência. Aliás, eu diria que é o único. Ter uma situação financeira equilibrada ajuda o candidato a melhorar o seu desempenho? Não apenas ajuda a melhorar o desempenho, como é fundamental. Provas custam dinheiro! Se o candidato está com as finanças no vermelho e o valor de inscrição em um concurso faz diferença no seu orçamento, tem coisa errada. O candidato, se ficar sem 'cabeça', vai fazer a prova preocupado com as dívidas - e, assim, é impossível de estudar. Não tem como estudar e ficar pensando na conta de luz que está vencendo. Alguma consideração final? Cuidado com o que pode dar errado. Nesse momento, caso faça mesmo a opção de se dedicar aos estudos, a pessoa deve se focar apenas em concursos, deve esquecer um pouco a vida social. Algo importante que o candidato deve entender é que, caso não consiga a aprovação em um certo período, já deve começar a procurar emprego. Ele não pode deixar estourar o prazo que ele tem, para só depois disso pensar numa alternativa. Não pode deixar as finanças chegarem no vermelho para procurar emprego. Ela arriscou. E conseguiu chegar lá! Nem todo mundo que abandona tudo em busca do objetivo de passar em um concurso público tem um plano "B". Alguns arriscam tudo em busca desse sonho. É o caso de Fabiane Vaz, que passou para o cargo de auxiliar administrativo do BNDES, com remuneração inicial de R$4.088,42 - cargo que terá novo concurso em breve (leia aqui). Acompanhe o depoimento de Fabiane: "Eu optei por abandonar tudo e ir em busca da estabilidade financeira. Atuei em outros lugares onde eu trabalhava muito e não tinha o reconhecimento financeiro. Eu estava quase entrando em estafa, foi quando decidi largar tudo e estudar. Antes eu recebia em média R$1.500, fui guardando dinheiro e sempre recebi ajuda da família. Tive que me apertar, concurseiro não gasta dinheiro com outra coisa sem ser concurso. Larguei a agenda social, minha vida era estudar. Me dei o prazo de um ano, demorei apenas seis meses. Depois que fui aprovada fiquei aguardando a convocação por quase um ano. Eu não pensava na possibilidade de não passar, eu tinha que passar, era dedicação total. Fazia aula no Curso Maxx, estudava em casa, não pensava em outra coisa a não ser passar em um concurso. Depois que fui aprovada decidi esperar a convocação produzindo, arrumei um emprego. Depois que passei para o BNDES minha vida mudou. Estou estruturando meu futuro, conquistando outras coisas, vou casar, estou comprando meu apartamento. E, por enquanto, não pretendo fazer concurso para outra instituição. Amo o BNDES." Fonte : Folha Dirigida



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