Embora o Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) não tenha anunciado a organizadora do seu novo concurso até o último dia 27, como era previsto, em virtude de entraves burocrático, não deverá passar da próxima sexta-feira, 3 de agosto, a definição da instituição que ficará à frente da seleção. Quem garante é do desembargador César Marques Carvalho, presidente da comissão do concurso. Na última segunda-feira, dia 30, o magistrado reiterou à FOLHA DIRIGIDA que a intenção do TRT-RJ é divulgar o edital e abrir as inscrições em agosto ou, no mais tardar, no início de setembro.
O tribunal também deverá em breve definir o número de vagas a serem oferecido inicialmente. A previsão é de que a oferta gire em torno de 200 oportunidades, sendo 100 para técnico judiciário da área administrativa (nível médio - antigo 2º grau) e 100 para analista judiciário das seguintes áreas: administrativa (superior em qualquer área), judiciária e execução de mandados (ambas exigindo graduação em Direito). Além das vagas iniciais, o TRT-RJ deverá manter a tradição de convocar mais aprovados do que o número de vagas indicado em edital. Em 2004, foram convocados 632 aprovados e a oferta foi de 30 vagas. No concurso de 2008, que a validade termina em outubro, o órgão ofereceu 84 vagas, mas já convocou 1.261 candidatos, sendo 859 para técnico e 442 para analistas.
Para o novo concurso, cerca de 600 convocações devem ser feitas ao longo do prazo de validade da seleção, de acordo com a presidente do tribunal, Maria de Lourdes Sallaberry, em recente entrevista a FOLHA DIRIGIDA. O salário é outro atrativo para os interessados em participar do concurso. Os rendimentos iniciais (incluso auxílio-alimentação de R$710) são de R$4.762,96 para técnico judiciário; de R$7.321,39 para analista das áreas administrativa e judiciária; e de R$10.195,05 para analista em execução de mandados, cuja remuneração já conta com R$1.344,97 de auxílio-transporte. O processo seletivo deve ser semelhante ao concurso realizado em 2008. Na ocasião, os candidatos enfrentaram provas objetivas e discursivas, que versaram sobre as disciplinas de Língua Portuguesa, Raciocínio Lógico, Noções de Informática e Conhecimentos Específicos, além da elaboração de uma redação. Houve também testes práticos de digitação para todos, com exceção do analista em execução de mandados.
Empenho à espera da recompensa
Esperando a divulgação do edital do concurso para o TRT-RJ, que pretende contratar até 600 servidores, muita gente já começou a se preparar. Os interessados entrevistados pela FOLHA DIRIGIDA destacam que um dos maiores atrativos da seleção é a estabilidade empregatícia e financeira, mas para conseguir ser aprovado, é necessário ter disciplina e, muitas das vezes, abrir mão da vida pessoal.
"Eu sou psicopedagoga, mas resolvi largar tudo para ter uma profissão mais estabilizada e que me deixe mais feliz. O que mais me motivou a prestar esse concurso foram os vencimentos e a estabilibidade, que faz você se sentir valorizada pelo trabalho que faz. Comecei a estudar antecipadamente, em torno de quatro a seis horas por dia, no curso preparatório e em casa. Se for aprovada, meu sonho é poder dar para os meus filhos o que a minha família não conseguiu me dar."
Elizabeth da Silva, 45 anos, nível médio, estudante
"Resolvi participar do concurso pela questão da estabilidade e porque gostaria de trabalhar na área jurídica, devido à minha formação. O que também me motivou a me inscrever foi o número de vagas, que é elevado, comparado com outros concursos como esse. Geralmente, costumo estudar de quatro a seis horas por dia. Como trabalho de segunda a sexta, tive que abdicar dos meus fins de semana para poder me preparar melhor. Se for aprovado, pretendo fazer mestrado e doutorado em Direito."
Fabiano Lopes, 36 anos, nível superior, advogado
"Parei de trabalhar para estudar. Já estava me preparando para outros concursos, mas quis me candidatar a este pelos vencimentos e pela estabilidade, que não conseguimos ter trabalhando em uma empresa privada. Estou estudando desde fevereiro, três horas no curso preparatório e cinco em casa, todos os dias, e por isso tive que deixar um pouco de lado minha vida pessoal. A primeira coisa que farei se for aprovada é comprar um carro novo, em seguida um apartamento."
Elizabeth Guilherme, 35 anos, nível superior, estudante
"Fiquei sabendo dessa seleção pela FOLHA DIRIGIDA. Quando chegamos a uma certa idade, buscamos uma melhor qualidade de vida. Hoje em dia o mercado de trabalho exige muito conhecimento, mas nos dá pouco retorno. No caso dos concursos, a remuneração parece ser mais justa, então resolvi me candidatar. Além de estudar no curso, também tiro de duas a quatro horas do meu dia para me preparar em casa. Meu maior sonho no momento é simplesmente ser aprovado."
Hazenclewer José Santos, 43 anos, nível superior, engenheiro
"O que mais me chamou atenção nesse concurso foi o salário e a oportunidade de me estabilizar profissionalmente. Esta é a primeira seleção de que participo, e fui incentivada por um amigo. Para estudar, preciso deixar um pouco de lado a minha família, o que é bastante complicado, ainda mais quando você tem um filho. Sei que é difícil ser aprovada logo de primeira, mas caso seja, gostaria de comprar uma casa melhor e um carro."
Cátia Silva de Abreu, 40 anos, nível médio, vendedora
"Decidi fazer o concurso no início deste ano. Sou estudante de Direito e a minha própria faculdade recomendou que me inscrevesse. Para me dedicar aos estudos, tive que abrir mão do meu estágio, de sair com os meus amigos e de dar atenção à minha família. Não vejo isso como um sacrifício, o importante mesmo é ter disciplina. Tiro em média, seis horas do meu tempo para me preparar. Acho que na minha situação atual, ser aprovado já seria um sonho realizado."
Diego Mourelle, 28 anos, nível superior, estudante Fonte : Folha Dirigida
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