Quem já estava estudando para ingressar nos quadros dos Correios, através do concurso de 2009, não deve desanimar, pois o conteúdo programático que constava dos editais cancelados não deverá ser alterado. Segundo o presidente do grupo de trabalho que está elaborando as novas regras, Moacir Magalhães, os interessados não perderão o que já aprenderam. "A tendência é preservar os conteúdos programáticos e só fazer atualizações que forem absolutamente necessárias", disse à FOLHA DIRIGIDA.
Os editais para os cargos de carteiro, operador de triagem e transbordo e atendente comercial - com exigência de nível médio - devem ser divulgados em janeiro. No mesmo mês haverá a escolha da empresa responsável pela elaboração das 28 provas que terão o mesmo nível de exigência para todo o Brasil. Já a aplicação ficará a cargo de organizadoras que serão escolhidas individualmente por cada regional.
Todos os candidatos passarão por provas objetivas. Para carteiro e operador de triagem e transbordo as avaliações cobrarão 50 questões das disciplinas de Língua Portuguesa (20), Matemática (20) e Noções de Informática (dez). Já para atendente comercial serão exigidas também 20 perguntas de Conhecimentos Específicos. Haverá também uma segunda etapa de testes físicos.
Vagas - Como os Correios têm grande necessidade de pessoal, a expectativa é de que cerca de 10 mil vagas fossem abertas, mas o número correto ainda depende de um novo levantamento. Mas, de acordo com a estatal, a oferta será superior às 6.565 oferecidas na seleção que foi cancelada, pois recentemente ocorreram muitas aposentadorias e desligamentos do quadro.
Para o nível médio, os ganhos podem chegar a R$1.558,29, pois além do salário-base de R$807,29, há o vale-alimentação/refeição, que varia de R$659 a R$751, dependendo da jornada de trabalho semanal. Já os graduados recebem R$3.211,58.
Os editais para os cargos de nível superior e os de nível médio/técnico que fazem parte do quadro da empresa só serão divulgados após uma adequação salarial, pois a empresa quer tornar as carreiras mais atrativas. A previsão é que até o fim do ano esse documento também possa ser divulgado.
Atendimento - Já está definido que as inscrições serão recebidas pelo site dos Correios e nas agências da estatal, que serão estabelecidas no edital, e contarão com pontos de acesso à internet. O valor da taxa ainda será definido, mas o anterior cobrou R$30 para o nível médio.
As provas objetivas, primeira etapa do concurso, deverão ocorrer até abril do próximo ano, enquanto as admissões ocorrerão até junho.
Editorial - Teimosia postal
Diante do imbróglio em que se encontrava o concurso a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) adotou as medidas que se faziam necessárias para evitar um mal maior: anulou o edital, definiu a devolução da taxa, promoveu inédita audiência pública para acolher sugestões e terá a Polícia Federal acompanhando todas as fases da nova seleção.
Mas todo esse esforço pode ir novamente por água abaixo porque os organizadores não serão previamente escolhidos, como determinam o bom senso e o próprio regulamento da estatal.
Assim, a empresa, teimosamente, repete um dos erros do concurso anterior, com um agravante: antes havia uma instituição responsável, e agora poderão ser contratadas até 29 - uma em cada regional, para cuidar apenas da parte operacional, e outra para elaborar as provas.
A dúvida é se haverá instituições especializadas no país em número suficiente para cumprir a missão a contento e dispostas arcar com o ônus de "pegar o bonde andando", ou seja, seguirem um edital no qual não tiveram participação.
Se editais, provas e organizadores serão regionalizados, embora os primeiros sejam feitos em Brasília, não se entende porque os Correios não mantêm a sistemática antiga, que sempre deu certo, de concursos isolados, com autonomia das regionais.
Também causa preocupação que os editais prestes a serem divulgados sejam apenas para o nível médio, ficando os de técnicos e graduados para outra oportunidade, após "adequação salarial".
Os Correios, que já foram exemplo mundial de eficiência, estão tão deficientes e desacreditados que não podem perder tempo nem dar-se ao luxo de errar de novo, o que seria uma catástrofe. Portanto, todo cuidado é pouco e, quanto menos gigantismo, melhor. De preferência, sem tentar reiventar a roda.
Fonte : Folha Dirigida
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