Saúde-Nova Iguaçu: 2 mil vagas, no mínimo

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Um dos maiores municípios da Baixada Fluminense, Nova Iguaçu, que tem uma população de cerca de 830 mil habitantes, é responsável por atender a demanda da Saúde de quase toda a região a que pertence. Com hospitais lotados e poucos profissionais para atender à população, a cidade se prepara para ter uma significativa melhora na qualidade da Saúde, já que a pasta irá lançar um concurso, com oferta entre 2 e 3 mil vagas, entre oportunidades imediatas e formação de cadastro, em cargos dos níveis médio e superior.


Apesar de já ter quase tudo pronto, o secretário municipal de Saúde, Josemar Freire dos Santos, não quis arriscar a data em que o edital será divulgado, mas adiantou alguns dos cargos a serem oferecidos. "Pediatra, clínico geral, anestesista, ortopedista e ginecologista. Esses são os principais, mas também terão outros, como motorista, auxiliar administrativo e dentista."

Ele afirma que, profissionalmente, é uma excelente chance. "As possibilidades são escassas e isso aqui é uma grande chance. Eles têm que aproveitar. Estamos prontos para recebê-los."

FOLHA DIRIGIDA - Como está, de um modo geral, a situação da Saúde em Nova Iguaçu e quais os seus projetos à frente da secretaria?
Josemar Freire dos Santos - Estamos em um processo de adequação da Saúde, que é um trabalho muito complicado. Estamos, agora, completando quase um ano de administração da nova prefeita, Sheila Gama. Quando chegamos aqui, encontramos grande parte dos trabalhadores da saúde sem um contrato de trabalho, e resolver isso foi prioritário, tínhamos que regularizar a situação desse pessoal. Outra questão estava relacionada aos pagamentos. Eles recebiam muito no fim do mês e nós conseguimos trazer os salários para o dia 10. Fora isso, criamos, para a população, uma série de projetos, como o Programa Saúde na Escola, reativamos os programas de Saúde na Comunidade e o Carceragem Cidadã, sendo este último um trabalho de palestras voltado para os presos. Neste ano, já ativamos duas residências terapêuticas em Tinguá. Também temos trabalhado para a prevenção da dengue, que tem surtido muito efeito. Um dado importante é que neste ano nós aumentamos o atendimento à população em 150%.

E quanto à infraestrutura?
O nosso maior problema é a falta de médicos. São quatro unidades mistas de 24 horas; um hospital geral, o da Posse, e uma maternidade. Tudo isso da rede municipal, além de duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Tem que ter médico para isso tudo e, na verdade, o que acontece é uma disputa por médico. Um município diz que paga R$6 mil, o outro diz que vai pagar mais. Então, fica difícil segurar, manter o médico. Nossos hospitais estão muitíssimo bem equipados. O da Posse, por exemplo, que é municipalizado, é um hospital regional. Ele atende a 4 milhões de pessoas por mês. É toda a população da Baixada aqui.

E como está o quadro de servidores? O quantitativo de pessoal é suficiente para atender à população?
O nosso quadro efetivo está entre 6 mil e 7 mil funcionários. Metade disto é de efetivo, dentre eles, municipais, estaduais e federais.

Quais os hospitais que apresentam maior carência de pessoal?
Hoje, não temos aqui um hospital que concentre a maior carência. O Hospital da Posse é o mais sobrecarregado, mas todos estão com déficit igual.


Qual o principal motivo do déficit de profissionais da Saúde?
É a questão salarial. A Saúde é cara.

O que o senhor tem feito para minimizar esses problemas?
Estamos procurando conseguir mais participação do Estado e também do governo federal. O município só não pode arcar com isso sozinho. O doente não é municipal, estadual nem federal, é de todos, então, todos têm que arcar com isso. Temos feito reuniões com o governo do estado para minimizar esses problemas, isso é aos poucos.

Haverá concurso?
Já está em andamento. Fizemos o levantamento das necessidades, dos cargos e já estamos em fase de praticamente lançar o edital. Tivemos que estudar o impacto financeiro que essas contratações trariam para a folha de pagamento, antes de lançar o concurso. Além disso, tinham muitas funções que não estavam previstas em lei, então, a gente teve que fazer a lei criando o cargo para o concurso. Por exemplo, vigia e auxiliar administrativo não tinham lei específica. Isso tudo foi feito e, agora, o concurso está com a Secretaria de Administração.

Serão oferecidas quantas vagas?
Serão pelo menos 2 a 3 mil vagas, entre imediatas e formação de cadastro de reserva. A demanda é essa. Iremos chamar gradualmente. Não tem como colocar todo mundo de uma vez só.

E para quais cargos será o concurso?
Pediatra, clínico geral, anestesista, ortopedista e ginecologista. Esses são os principais, mas também terão   outros, como motorista, auxiliar administrativo e dentista.

O concurso já está autorizado pela prefeita Sheila Gama? Quando deve ser divulgado o edital?
Já está autorizado. Com certeza, no segundo semestre, ele sai. Não depende de mim, está na Secretaria de Administração. Não sei nem qual vai ser a organizadora. É tudo com a Administração.


Qual a importância de se ter concursados atuando nos hospitais e postos públicos?
É importantíssimo ter servidores nos nossos hospitais e postos. Eu estou no serviço público há 43 anos, e o valorizo muito. Além disso, os servidores têm triênio, férias, uma série de coisas garantidas, o que é bom para eles.

Qual o principal problema da saúde pública em Nova Iguaçu, hoje? Como solucioná-lo?
O pior problema da Saúde do município, atualmente, é a demanda. Nós estamos atendendo acima da capacidade. A solução é a contratação dos médicos e a melhoria da aparelhagem, em alguns lugares. Mas eu estou muito feliz com o pessoal que está trabalhando aqui. Todo mundo é muito empenhado.

Para finalizar, o que o senhor pode falar para aquelas pessoas que querem entrar para os quadros da Saúde de Nova Iguaçu?
É uma grande chance que eles têm de se resolver profissionalmente. As possibilidades são escassas e isso aqui é uma grande chance. Eles têm que aproveitar. Estamos prontos para recebê-los.




Sindicato aponta carência de pessoal e de equipamentos

A realização do concurso para a Saúde de Nova Iguaçu promete trazer boas mudanças para a população não  só do município, como também das demais cidades da Baixada. No entanto, para o presidente do Sindicato dos  Hospitais da Baixada Fluminense (SHB), Dr. Marcus Quintella, o ideal ainda está muito longe disso, já que a  melhoria da Saúde não depende apenas da chegada de novos profissionais.


"O Hospital da Posse deveria ser um grande  hospital de emergência, mas que, na verdade, funciona como um imenso ambulatório, por carência de rede  periférica. É o único hospital de referência da região, vive superlotado, com emergências e não emergências. Não tem leito, não tem vaga na UTI", denuncia.

Quintella acredita que a falta de planejamento seja o principal motivo das precárias condições dos serviços médicos. "Os municípios da Baixada não são muito diferentes dos municípios do restante do país. A crise nacional é a Saúde. O Brasil é um dos países que menos investe em Saúde. Além disso, a demanda é grande, já que a maior parte da população não tem recursos para bancar os planos de saúde. Com o tempo, as tecnologias vão avançando e os custos dela, que são altos, vão para os hospitais públicos e para os particulares."

Outro motivo para a má qualidade do serviço é falta de recursos, segundo o sindicalista. "Vários prefeitos têm a intenção e tentam consertar os problemas e trazer menor sofrimento para a população, mas, frequentemente, eles batem no problema do recurso. Falta recurso financeiro, que é pouco para atender a toda essa necessidade."

O presidente do SHB afirma, ainda, que a região é muito carente de atendimento. "O município do Rio de Janeiro tem 8 milhões de habitantes e tem 50 grandes hospitais. A Baixada tem mais de 4 milhões de habitantes e nenhum hospital de grande porte. Os hospitais do Rio também vivem lotados com aqueles que não conseguem vagas aqui", relata.

Quintella alerta que todos os hospitais estão carentes de servidores. "O quantitativo, hoje, é insuficiente, e eu colocaria, na frente de todos, o Hospital da Posse. Eles têm muita carência de pessoal e de equipamentos. A situação é crítica pela enorme demanda, já que ele é o hospital de referência da Baixada. Até tem uma certa divisão com o Hospital de Saracuruna, em Caxias, mas ainda não é o ideal. Todo acidentado da Via Dutra, de Piraí para cá, vai para o Hospital da Posse."

Para ele, uma das soluções seria a criação de mais leitos. "A Baixada, de um modo geral, tem carência de  serviço público. A faixa de população que podia ter plano de saúde no Brasil já tem. O hospital de emergência  não pode ser ambulatório. Tem que haver projetos regionais para a população", afirma.


E finaliza: "Se coubesse a mim a melhoria da Saúde, em primeiro lugar, elaboraria um projeto. É fundamental ter um programa para atender à população, mesmo que não haja condições de implantá-lo em sua totalidade, durante um governo. Ter um projeto e mostrar que ele é o mais adequado é o primeiro passo. O Hospital da Posse é a grande referência de emergência e deve continuar assim, mas o município deveria ter mais uns três ou quatro hospitais que fossem referências diferenciadas, como para atendimento à criança, à mulher. Tem que haver um levantamento dos bairros mais populosos, onde há concentração de determinadas doenças. A solução parte de um projeto que devia ser discutido com a sociedade, com as associações de moradores, com as lideranças de classes. Discutir o melhor e montar um programa baseado nisso. Não há projetos, as motivações são políticas. Apesar do discurso sempre ser voltado para a população, as atitudes nem sempre mostram isso."


Fonte : Folha Dirigida



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2 comentários:

alves disse...

Resposta ao secretário municipal de Saúde, Josemar Freire dos Santos.

Agente Comunitário de Saúde de Nova Iguaçu
Concursado
Aprovados
Convocados
Desempregados

Passar em um concurso público não é fácil, mas
Dificil é tomar posse dele aqui em Nova Iguaçu.

Vídeo em "homenagem" a prefeita SHEILA GAMA:
http://www.videolog.tv/video.php?id=673335

http://www.youtube.com/watch?v=r5hllSIsLts

NELCIMAR disse...

COMO PODE DEPOIS DE 4 ANOS MUDAREM NOSSA ÁREA DE INSCRIÇÃO MINHA IRMÃ MORA NO MESMO LUGAR QUE SE INSCREVEU E NA HORA DE TOMAR POSSE FIZERAM NOVA DIVISÃO DE ÁREA E A RUA DELA FICOU EM OUTRA E ELA NÃO PODE TOMAR POSSE E TEVE QUE ABRIR UM PROCESSO ADMINISTRATIVO QUE JA FAZ 1 MÊS E SEGUNDO AS FUNCIONÁRIAS NÃO TERAM PARECER FAVORÁVEL POIS SEGUNDO O EDITAL VOÇÊ TEM QUE RESIDIR NA ÁREA QUE MORA NO ATO DA POSSE. SECRETÁRIO ELA MORA NO MESMO ENDEREÇO DA INSCRIÇÃO NO QUA NO ATO FOI CLASSIFICADO POR VOCÊS COMO ÁREA 2(CAMPO ALEGRE ). E QUE Agora segundo voçês faz parte da área 1 . A QUEM INTERESSA ESSA MUDANÇA E QUEM TOMARA POSSE NO NOSSO LUGAR VISTO QUE NO DIA 08 DE NOVEMBRO DE 2011 TEVE ATÉ FESTA DE POSSE. SENDO QUE EXISTEM VÁRIOS PROCESSOS SENDO ANALIZADOS. E PRA PIORA ESTÃO PEGANDO 1 PROCESSO E DANDO O MESMO PARECER PARA TODOS. O CERTO NÃO SERIA ANALIZAR CASO A CASO. FUI INFROMADA QUE ESSES PROCESSOS DURAM ATÉ ANOS E QUE DEVERIA PROCURAR UM ADVOGADO. SERÁ QUE DEVO PROCURAR TAMBÉM O PROCON . POIS PAGUEI , PASSEI FUI CONVOCADA MAS NÃO EMPOSSEI.

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