Ibama: 408 vagas para níveis médio e superior. Associação dos servidores cobra mais vagas e cargos

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) oferecerá, este ano, 408 vagas, por meio de dois concursos públicos. São 300 oportunidades para técnico administrativo, de nível médio, e 108 para analista ambiental, que exige nível superior. A primeira seleção, inédita no órgão, tem edital previsto para ser divulgado na primeira quinzena de junho, pois a comissão está perto de finalizar os trabalhos, de acordo com o coordenador de Gestão de Desempenho dos Recursos Humanos, Albert de Jager.

Por ser o primeiro concurso para o cargo, os futuros candidatos não podem se basear em provas anteriores. Entretanto, Albert adiantou que deverão ser cobrados conhecimentos de Língua Portuguesa, Conhecimentos de Informática e Ética, o que já é um bom ponto de partida para a preparação antecipada. A lotação dos selecionados está prevista para todos os estados, além do Distrito Federal. Porém, ainda não foi definida a quantidade de vagas de cada região.

Outro assunto indefinido é quem vai organizar o concurso. O diretor de Planejamento, Administração e Logística, Edmundo Soares do Nascimento Filho, declarou que o Cespe/UnB será o responsável, mas a instituição informou que não pode confirmar, pois não há contrato assinado. O técnico administrativo tem remuneração inicial de R$2.580,72 (R$1.489,52 de salário-base, R$787,20 de gratificação e R$304 de auxílio-alimentação).

Analista - O edital do concurso para analista ambiental tem de ser publicado até o dia 30 de outubro. Albert explicou como será o processo: "Vamos definir o grupo de trabalho, decidir dados essenciais e então ver propostas de organizadoras", declarou, acrescentando que as áreas de atuação da carreira deverão ser diferentes das do último concurso. Ao contrário de técnico administrativo, analista ambiental não tem vagas para todo o país.

"A lotação dos aprovados será de acordo com as necessidades do Ibama, o que ainda não foi definido. Porém, a maioria deverá ser aproveitada na área de licenciamento, em Brasília, por conta das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal)", disse. A remuneração inicial do analista ambiental são de R$5.441,24, sendo R$3.375,64 de salário, R$1.761,60 de gratificação mensal por desempenho e R$304 de auxílio-alimentação. Em ambos os concursos, os candidatos farão provas objetiva e discursiva, e os nomeados cumprirão carga de trabalho de 40 horas semanais, contratados pelo regime estatutário, logo, com garantia de estabilidade.


Associação adverte que reforço é insuficiente e pede concurso para mais dois cargos

Os concursos para o instituto são "fruto de muita luta", enfatiza o presidente da Associação Nacional dos Servidores do Ibama, seção Rio de Janeiro (Asibama/RJ), Carlos Martins, em entrevista por e-mail. O dirigente comemora as seleções e pede que elas sejam regulares, pois, adverte, o atual número de vagas é insuficiente, já que há a previsão de que muitos funcionários se aposentarão, mantendo o déficit.

Martins também critica a não realização de concursos para analista administrativo e técnico ambiental, assim como o não reajuste salarial, desde 2008. Para pressionar o Planalto, a associação discute a possibilidade de greve a partir do dia 11 de junho, às vésperas da abertura da Rio+20, conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável.

FOLHA DIRIGIDA - Como o senhor avalia a autorização para esses dois concursos do Ibama? É uma reinvidicação antiga da associação?
Carlos Martins - O concurso para técnico administrativo sempre foi uma reivindicação da Asibama/RJ e das demais entidades representativas dos servidores do Ibama em todo país, e só saiu depois de muita luta. Contudo, cabe destacar que, infelizmente, o governo federal desconsiderou a mesma demanda para a realização de concursos para provimento dos cargos de analista administrativo e técnico ambiental. Também ignorou a urgência de outro concurso público, para atender à demanda do ICMBio.

O concurso para técnico administrativo é inédito no Ibama e destinado a 300 vagas. O de analista ambiental é para 108. Esses quantitativos suprem as necessidades?
O número de vagas para analista ambiental foi pensado para atender apenas à demanda imediata do licenciamento ambiental. Em nenhum momento foram consideradas as demandas das outras áreas do órgão. Por sua vez, as vagas definidas para técnico administrativo buscam, finalmente, substituir trabalhadores terceirizados que executam atividades em desacordo com a legislação. Porém, não consideram que nos próximos anos todos os servidores que exercem esses cargos estarão se aposentando.

Como essas carências afetam o bom andamento do Ibama?
A atual carência de servidores em todos os cargos da carreira de especialista em meio ambiente e a previsão do número de aposentadorias para os próximos anos, mesmo com esses concursos que serão realizados, leva à precarização gradativa das condições de trabalho no Ibama e ao enfraquecimento da gestão ambiental pública.

As vagas serão distribuídas por todo o país para técnico, mas para analista, não. Qual é a necessidade do Ibama no Rio de Janeiro?
Apesar de serem para o todo o país, a ampla maioria das vagas de técnico administrativo deve ser para a sede do Ibama em Brasília, por possuir uma grande concentração de terceirizados. Assim, certamente, a demanda crescente das superintendências do Ibama, em função das aposentadorias, não será atendida por este concurso. Por outro lado, provavelmente, sem considerar o Distrito Federal, o Rio de Janeiro será o estado que receberá o maior número de analistas ambientais, para atuarem na Coordenação Geral de Petróleo e Gás, mas permanecendo a carência atual na superintendência.

Qual é a importância do técnico administrativo na estrutura do órgão? E do analista ambiental?
A carreira de especialista em meio ambiente, criada após muita luta dos servidores e que atualmente abrange o Ibama, ICMBio, SFB (Serviço Florestal Brasileiro) e MMA (Ministério do Meio Ambiente), foi pensada com uma distribuição de cargos e atribuições que se complementam, sendo todos fundamentais para o desenvolvimento das atividades previstas. Contudo, passados dez anos da criação da carreira, vemos uma sobreposição de atribuições e uma crescente sobrecarga de trabalho decorrente da carência de servidores.

A direção do Ibama já adiantou que analista terá mais vagas para o licenciamento. Essa área é a mais carente nesse cargo? Se não, qual é?
O Ibama tem um papel fundamental na execução das políticas nacionais de meio ambiente relativas ao licenciamento ambiental, controle da qualidade ambiental, autorização de uso dos recursos naturais e fiscalização, monitoramento e controle ambiental. Enquanto o governo federal não entender que este órgão não foi criado para garantir agilidade na implantação de grandes obras, mas para contribuir com uma gestão ambiental pública que defenda os interesses de toda a população, continuará sem valorizar o conjunto de suas atribuições. Ao não realizar concursos para todas essas áreas e sem investir em infraestrutura adequada, não se atinge melhores resultados.

O técnico tem remuneração inicial de R$2.580,72. Já o analista recebe R$5.441,24. Para a associação, os salários estão defasados?
Estamos em plena "Campanha Salarial 2012", com um indicativo de greve a partir de 11 de junho. O governo não reajusta nossos salários desde 2008, sem sequer repor as perdas inflacionárias desses últimos três anos e descumprindo acordos assinados naquele ano para a reestruturação da carreira. A desvalorização do servidor público e a falta de respeito com a qual vem tratando a área ambiental ficará evidente, mais uma vez, se nos levarem à greve, desta vez em plena Rio+20, pela sua intransigência nas negociações com os trabalhadores.

O senhor defende a realização de concursos públicos regulares?
A regularidade dos concursos públicos deve ser garantida para que o número de servidores na ativa possa atender às necessidades específicas de cada órgão, considerando o número de aposentadorias previstas.

O servidor, ao entrar no Ibama, recebe algum tipo de preparação?
Nos últimos concursos foram realizados cursos de ambientação, que vêm melhorando nos últimos anos, mas são insuficientes. A exemplo de diversos órgãos públicos, o Ibama carece de uma política de capacitação para seus servidores, fazendo com que todos tenham que aprender na prática e, na maioria das vezes, por conta própria.

E em relação à aplicação de provas, o que o senhor espera?
O ideal seria que as questões abordassem a teoria a partir de problemas e situações que os técnicos e analistas vivenciam todos os dias no Ibama.

Na sua opinião, quais são as vantagens de ser servidor de um órgão da importância do Ibama?
Apesar do esvaziamento promovido pelo governo nos últimos anos, com a divisão do Ibama para a criação do ICMBio e o repasse de atribuições do órgão para o SFB, o MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura) e para os órgãos estaduais de meio ambiente, não tenho a menor dúvida de que ainda somos muito respeitados.

O senhor já passou por um concurso do Ibama. Que dicas pode dar àqueles que pretendem participar das próximas seleções?
Obviamente, posso dizer que estudem. Mas sempre acreditei que não adianta dedicar horas e mais horas aos livros e não estar tranquilo na hora da prova. Procurem relaxar antes e não encarem o concurso como a última chance do resto de suas vidas.

O que mudou na sua vida após o ingresso no órgão?
Tudo mudou. Não posso negar que a certeza de receber o salário no final do mês, em função da estabilidade, não seja importante, mas o que mudou de fato para mim foram os motivos que me fazem levantar todos os dias e ir trabalhar. Antes acordava e seguia para uma agência do Banco do Brasil defender o lucro de alguns, mas agora, quando chego ao Ibama, sei que tudo aquilo que farei será para o benefício de muitos.

Que recado pode dar a quem participará dos dois concursos?
Tenham tranquilidade, acima de tudo, mas não deixem de acreditar que podem conseguir. Se tudo der certo, estaremos esperando vocês, ansiosamente. Mas se não for desta vez, prometemos que continuaremos na luta por novos concursos para área ambiental. Fonte : Folha Dirigida



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