Preparação: Déficit de Atenção: distúrbio pode comprometer estudos

sábado, 11 de agosto de 2012

À primeira vista, a quantidade de disciplinas exigidas pelos concursos públicos pode desestabilizar até o mais dedicado dos candidatos, já que estudar tudo o que é pedido no conteúdo programático por vezes provoca a sensação de que a tarefa é impossível de ser cumprida. Para a maioria dos concurseiros, esse problema é equacionado com a organização de um cronograma de estudos por exemplo. Porém, para muitos deles, a solução pode não ser tão simples assim... Para pessoas que sofrem de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA), tarefas como ler um texto ou concluir um exercício podem ser grandes desafios. E não depender apenas da dose de esforço ou da força de vontade.

A primeira descrição dos distúrbios de atenção aconteceu no início do século XX e até hoje já recebeu diversas denominações, como Lesão Cerebral Mínima, Disfunção Cerebral Mínima, Síndrome da Criança Hiperativa, Distúrbio Primário da Atenção, até chegar ao nome atual: Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA), caracterizado pela ausência de hiperatividade ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), em que a hiperatividade se apresenta. Entretanto, o que sempre predominou foram as referências envolvendo crianças. Durante muitos anos acreditou-se que os sintomas de TDAH desapareciam no final da adolescência. Essa conclusão se deu pelo fato de que existe uma tendência da hiperatividade declinar com o passar dos anos, mas o mesmo não acontece com os sintomas de desatenção, que tendem a persistir durante a vida adulta.

De acordo com especialistas na área, o TDAH detectado na infância persiste em aproximadamente 50% a 70% dos casos na idade adulta. O adulto com TDAH possui um comportamento desatento, desconcentrado e facilmente distraído. Em função dessas dificuldades de concentração, estudar pode ser difícil, penoso e, para muitos, até mesmo inviável. Entretanto, como esclareceu a neurocientista e coordenadora do Laboratório de Neuroanatomia Comparada da UFRJ, Suzana Herculano-Houzel, dificuldade não é sinônimo de incapacidade. "Como a atenção é a porta de entrada da memória, é preciso corrigir eventuais deficiências de atenção para que a memória funcione bem. Quando existe um déficit de fundo biológico, inato, a medicação correta é uma ajuda fundamental para a pessoa recuperar a capacidade de foco. Além disso, a atenção é uma capacidade que se cultiva com prática, como todas as outras habilidades", argumentou a médica.

O primeiro campeão brasileiro de memorização, professor e preparador mnemônico, Renato Alves, destacou os motivos pelos quais o candidato com TDAH pode conseguir ser aprovado em um concurso assim como qualquer outra pessoa. "Em primeiro lugar é preciso entender que o TDAH afeta a memória, mas seu efeito é indireto. Isso significa que a memória permanece intacta apesar do transtorno e é capaz de armazenar normalmente uma grande quantidade de informações. O que quero dizer com isso é que o TDAH limita a capacidade de concentração dos estudantes, mas essa pode ser corrigida com a adoção de rotinas como evitar estímulos desnecessários durante os estudos. Por exemplo, desligar o celular, a televisão e o computador. Fechar a porta avisando aos familiares que não pode ser incomodado, estudar nos mesmos horários e acima de tudo investir em um bom método de estudo... Tudo isso pode fazer com que o candidato consiga ser aprovado no concurso desejado", apontou o especialista.

A neurocientista observou que muitas vezes o candidato não possui um método de estudo e isso afeta a concentração e a memorização. "A palavra esquecimento pressupõe que o assunto foi memorizado, e muitas vezes o que se passa sob os olhos sequer entra para a memória. Acredito que boa parte das falhas atribuídas à memória são na verdade falhas de atenção no momento do aprendizado: sem prestar atenção ao que se está lendo ou fazendo não há como aquela informação sequer entrar para a memória para poder ser esquecida depois", alerta Suzana. Para nortear os estudos de quem se prepara para um concurso, Alves declarou que a organização pode ser um fator fundamental. "Não é possível se concentrar quando não há um roteiro a seguir. Assim, a elaboração do plano de estudos ajuda a trazer tranquilidade e paz mental ao concurseiro. Portanto, o cronograma ideal é aquele que prevê o tempo necessário para o estudo qualificado de cada matéria, isso se descobre estudando e marcando o tempo médio de estudo sempre após a verificação da compreensão total", disse.

Segundo Suzana, um dos passos para conseguir se focar nos estudos é exercitar a autoconfiança. "Melhorar a autoconfiança sobre a própria capacidade de concentração através de exercícios de estimulação, como um jogo de computador ou tablet que exija atenção sustentada, e tentar se visualizar bem-sucedido pode ser de extrema importância para quem deseja obter aprovação em um concurso. A motivação é exatamente o estímulo que vem da antecipação do resultado positivo. E tentar fazer isso voluntariamente é uma enorme ajuda", concluiu a neurocientista. A FOLHA DIRIGIDA listou cinco sintomas para você identificar se sofre do Distúrbio de Déficit de Atenção, com ou sem hiperatividade.

Sintoma nº 1: Problemas com a organização
Para as pessoas com TDAH ou DDA, o acúmulo de responsabilidades inerentes à vida adulta, como trabalho, prazos, contas a pagar e família, pode resultar em grandes problemas. Esquecer de pagar contas, não comparecer a compromissos e não cumprir prazos no trabalho, são alguns dos sintomas de quem possui o distúrbio e por isso não consegue se organizar para cumprir tarefas diárias.

Sintoma nº 2: Distração extrema
O DDA e o TDAH são problemas que envolvem a regulação da atenção. Sendo assim, a pessoa tem grandes dificuldades em focar no que está fazendo, gerando uma distratibilidade muito grande. A distração pode levar à queda da autoestima, devido à sensação de não conseguir estudar, trabalhar e até mesmo dirigir atenciosamente. Ao mesmo tempo, pode sofrer de hiperfoco, ou seja, concentração intensa em um único assunto ou atividades de interesse, sem perceber o que ocorre ao redor.

Sintoma n° 3: Dificuldades em iniciar e concluir tarefas
Por se distrair facilmente com telefonemas, ruídos ou qualquer estímulo externo, a pessoa com TDAH ou DDA enfrenta imensos problemas na hora de começar ou terminar de fazer alguma coisa, como ler um livro, permanecer em um curso, entregar um trabalho ou estudar. É comum quem sofre do déficit nunca terminar o que começou, deixando um rastro de atividades inacabadas.

Sintoma nº 4: Inquietação
Os adultos com TDAH estão mais propensos a apresentar agitação e expressam isso no mexer repetitivo das pernas, no tamborilar dos dedos ou na dificuldade de permanecer sentado, por exemplo. Também apresentam sintomas como ansiedade, impulsividade e devido à hiperatividade mental, não conseguem deixar a mente parar de trabalhar por um minuto sequer.

Sintoma nº 5: Baixa tolerância à frustração
O adulto com TDAH ou DDA frequentemente tem problemas com o controle das emoções e por isso explode com facilidade em questões rotineiras. É comum que a pessoa sinta raiva, amor, compaixão, tristeza ou qualquer outro sentimento mais intensamente do que o comum e, com isso, tenha dificuldades em controlar as próprias emoções. Fonte : Folha Dirigida



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