Os cerca de 1.300 aprovados na prova objetiva do concurso para oficial de cartório da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, promovido em 2008 (a avaliação corresponde à primeira etapa da seleção), sob organização da Fundação Getúlio Vargas (FGV), se reuniram na Assembleia Legislativa (Alerj) com os presidentes da Casa e da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia, deputados Paulo Melo (PMDB) e Zaqueu Teixeira (PT), respectivamente.
De acordo com um dos candidatos, que compareceu ao encontro, foi obtida a garantia do deputado Melo de que entrará em contato com a chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, e o governador Sérgio Cabral, para discutir a questão.
Além disso, segundo o concorrente, Teixeira, por sua vez, pediu o agendamento de uma reunião com o deputado Paulo Melo, a chefe de Polícia e o secretário de Estado de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, a fim de efetivar a convocação do grupo de excedentes. Segundo fontes, existiriam mais de 900 vagas ociosas na primeira classe do cargo.
Entre os questionamentos dos aprovados está a grande carência de policiais, algo já relevado diversas vezes pelo secretário Beltrame, pela diretora da Acadepol (delegada Jéssica Almeida) e pelo presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Rio de Janeiro (Sinpol-RJ), comissário Fernando Bandeira. Para se ter uma ideia, no processo que autorizou a seleção para oficial de cartório, aberto em 2007, teriam sido solicitados mil vagas, mas autorizadas apenas 300.
Para ilustrar a necessidade de novos policiais, o grupo de aprovados na prova objetiva do concurso para oficial de cartório elaborou um relatório, que dispõe, entre outros temas, sobre os pedidos de aposentadorias e exonerações e a importância dos eventos esportivos que ocorrerão nesta década, sobretudo a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. O objetivo é enviar o texto aos delegados em busca de apoio pelo convocação de mais concorrentes.
A nomeação e posse dos aprovados além do número imediato de vagas é uma antiga revindicação do Sinpol. Inclusive, em reunião feita entre uma comissão do sindicato e a delegada Rocha, ocorrida no último dia 19, foi abordado o tema.
A necessidade de reoxigenação do quadro não se restringe apenas à capital, pois também foi cobrada pela Câmara de Resende. Em encontro ocorrido no início do mês com a chefe de Polícia, os vereadores mostraram a necessidade de mais funcionários na 89ª DP. O levantamento foi feito pelo delegado da unidade, Marco Drucker Brandão.
Assim como afirmou anteriormente à FOLHA DIRIGIDA, a diretora da Acadepol ressaltou que, para ocorrerem mais convocações, é preciso uma autorização governamental. Além da prova objetiva, o concurso para oficial de cartório abrange, sucessivamente, avaliações de capacidade física, psicotécnica e médica, além de curso de formação profissional e investigação social.
A seleção, que visou ao provimento inicial de 300 vagas, tem validade de um ano, podendo dobrar. Como a vigência será encerrada em junho próximo, ainda segundo as mesmas fontes, o prazo poderia ser prorrogado até junho de 2012. Entretanto, o governo ainda não se posicionou sobre essa questão.
Em setembro de 2010, quando ainda estava à frente do cargo de diretora da Acadepol, a delegada Fabíola Willis disse à FOLHA DIRIGIDA que tinham ocorrido 264 nomeações e que os 36 candidatos restantes - dentro das 300 vagas - estavam fazendo curso de formação.
O cargo de oficial de cartório exige nível superior em qualquer área e proporciona remuneração inicial de R$2.008,51 (valor de abril, já que ocorrerão aumentos mensais até dezembro de 2014). O regime de contratação é o estatutário (garantia de estabilidade).
Fonte : Folha Dirigida
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